terça-feira, 31 de agosto de 2010

Mov. Hip Hop Organizado do Maranhão Quilombo Urbano apóia Pstu. Vejam Carta!

POR QUE NÓS DO QUILOMBO URBANO APOIAMOS O PSTU

O sentimento contra partidos políticos é muito forte entre a juventude das periferias de nosso país, e não sem razão. Nosso povo é obrigado a votar de dois em dois anos, mas é impedido de decidir sobre os rumos de suas próprias vidas durante os mandatos. Tudo fica restrito há alguns picaretas que transformam o parlamento em um espaço de discursos evasivos ou num balcão de negócios de suas famílias e empresas.

Além do mais, a periferia não agüenta mais tanta promessa de melhoria de educação, saúde de qualidade, geração de emprego e ter como retorno só repressão da polícia, o único braço do Estado visível em nossos bairros. Muitos, por necessidade ou por descrença na política, preferem “vender” seus votos, visto que na democracia dos ricos a maioria dos candidatos também virou mercadoria. Milhões e milhões de reais são despejados nas contas desses senhores e senhoras, uma verdadeira farra eleitoral num país que tem mais da metade da população (54%) vivendo em situação de pobreza, no Maranhão 3 milhões vivem com menos de 120 reais.

Por outro lado, os partidos que no passado diziam defender os trabalhadores hoje nos envergonham. O exemplo do PT é desastroso, apóiam Roseana, João Alberto e Lobão, ou seja, apóiam os carrascos históricos do povo negro e pobre do nosso estado. Marina Silva é do partido de Sarney Filho, o PV, e seu vice, o empresário Guilherme Leal é um dos donos da Natura e o 13º homem mais rico do Brasil. Ele é acusado de roubar descobertas indígenas para fabricação de sabonetes e xampu. O PC do B de Flávio Dino segue a mesma linha, participou em dois governos de Roseana Sarney, enquanto Jackson Lago após derrotar o grupo Sarney nas eleições de 2006, resolveu atacar os trabalhadores com a tal “Lei do Cão” e a periferia com repressão policial. COM TANTA PICARETAGEM SERIA NATURAL ESSE SENTIMENTO CONTRA PARTIDOS... PARA NÓS DO QUILOMBO URBANO, NÃO!

Nosso apoio ao PSTU é por que esse foi o único partido que ao longo dos seus 16 anos não nos decepcionou. O PSTU participa das eleições, mas aposta mesmo é na luta direta dos trabalhadores. Seus candidatos são da classe trabalhadora, da periferia, são negros e, acima de tudo, são de luta. O PSTU não aceita financiamentos de empresas e nem de empresários por que seu compromisso é com a classe trabalhadora e não com a burguesia. Por isso mesmo a imprensa burguesa tem excluído o PSTU dos debates, assim como excluem a periferia de seus programas, a não ser daqueles como Bandeira 2 e o De Olho Em Você.

Apoiamos o PSTU por que esse humilde e valente partido sempre esteve conosco nas lutas mais encarniçada que tivemos contra a violência policial, como no caso de Gerô, das diversas prisões de nossos militantes, na campanha pelo fim da guerra interna na periferia ou mesmo nas marchas da periferia que realizamos desde 2006. Apoiamos o PSTU por que esse partido compreende a importância da luta racial contra a dominação capitalista. Assim como o PSTU nós do Quilombo Urbano não acreditamos nas eleições, mas queremos disputar a consciência de nossa juventude que em sua grande maioria votam nos partidos burgueses.

Por tudo isso e muito mais motivos aprovamos a candidatura de nosso histórico militante Hertz como candidato a Vice- de Marcos Silva. Estamos nessa disputa por que não se trata apenas de coleta de votos, mas de combater todos os tumores do capitalismo (racismo, machismo, homofobismo, violência policial, etc.) por dentro e por fora das eleições. Estamos nessa disputa por que queremos destruir o capitalismo e construir uma sociedade socialista que tanto defendemos em nossas canções, encenações corporais e artes visuais.

PELA CONSTRUÇÃO DO SOCIALISMO, APOIAMOS O PSTU!!!

MOVIMENTO HIP HOP ORGANIZADO DO MARANHÃO QUILOMBO URBANO

(Marcha da Periferia 2009)

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Marcos Silva do PSTU visita Imperatriz e constata repúdio a Oligarquia Sarney

Na última sexta-feira, o candidato ao governo do Estado pelo PSTU, Marcos Silva esteve em Imperatriz acompanhado do candidato ao Senado, Noleto e dos candidatos Ramon Zapata e Eloy Natan para participar do primeiro debate entre os candidatos ao Governo do Estado organizado pelo Diretório Central dos Estudantes da UEMA.

Lamentavelmente, as ditas principais candidaturas (Flávio, Jackson e Roseana), frustando e desrespeitando aos estudantes da UEMA de Imperatriz não compareceram ao evento, ainda que o mesmo tenha sido convocado com bastante antecedência. No debate que reuniu vários estudantes, Marcos Silva do PSTU junto com Saulo Arcangeli do PSOL debateram várias questões programáticas, entre elas a criação do estado do Maranhão do Sul.

Marcos Silva defende a criação do novo estado do Maranhão do Sul como forma de democratizar os recursos federais para a região que sofre com a ausência quase total de políticas públicas, mas alerta que o Maranhão do Sul não deve nascer à serviço do agronegócio, das grandes empresas e dos politicos mentirosos, sendo uma promessa que só aparece nas campanhas eleitorais de dois em dois anos. Para evitar isso, Marcos Silva convoca os trabalhadores e estudantes da região para não ter nenhuma confiança nos políticos picaretas e acreditar somente na sua própria força e mobilização para que se faça uma verdadeira reforma agrária no novo estado. "A criação do Maranhão do Sul encontra resistência por parte de Lula e Sarney que não querem perder recursos" afirma Marcos Silva.

Sobre o resultado da pesquisa anunciada pelo IBOPE, Marcos Silva não confia no prognóstico que dá a vitória a Roseana já no primeiro turno. Nos diversos lugares que já passei seja na capital ou no interior percebemos que é claro o repúdio pela Oligarquia Sarney. A juventude deste estado que vem perdendo a esperança no futuro arrancada pelos sucessivos governos da Oligarquia repudia esta família, finaliza o candidato do PSTU.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Não basta ser mulher, é preciso ser de luta!

No atual cenário da política brasileira e maranhense estamos presenciando a participação de mulheres na disputa eleitoral a cargos institucionais. São candidatas a deputadas federais e estaduais, senadoras e presidente de diferentes partidos políticos. O que isso tem de novo? A mídia nos faz crer que estamos vivendo uma verdadeira democracia, no entanto o que existe é um profundo desgaste da democracia burguesa associada à corrupção que assola as instituições capitalistas, administrada por políticos homens. Esta imagem desgastada precisa ser mudada, daí a figura da mulher ser imprescindível nesse processo para ganhar a confiança da população.

Falamos isso por que de fato nos programas da maioria das candidatas não há ruptura com o machismo e a exploração das mulheres, é o caso de Dilma (Candidata à Presidente - PT ) e Marina Silva (Candidata à Presidente – PV) que estão a serviço de quem as financia: grandes empresas, bancos e além disso não propõem ruptura com o sistema capitalista que explora e oprime a maioria das trabalhadoras.

O fato de serem mulheres não significa que as coisas vão mudar para as mulheres pobres e trabalhadoras, afinal fazem parte de uma classe social que nos explora e nos oprimem, através de baixos salários, trabalhos precarizados e ataques aos nossos direitos conquistados.

Para nós do PSTU as eleições não vão resolver os problemas da classe trabalhadora, é preciso organização e luta para combater essa sociedade, rumo ao socialismo.

Não basta apenas criar secretarias especiais de mulheres ou simplesmente cumprir exigência da ONU criando a Lei Maria da Penha, achamos a criação da Lei um fato importante, mas não foi suficiente para combater a violência doméstica, além disso, o Governo Lula reduziu o orçamento para combater tal violência, este fato impede de garantir os serviços essenciais à mulher agredida como casas de abrigo, creches, assistência médica e psicológica.


Por Claudicea Durans (candidata ao senado pelo Pstu/MA)

Um programa de classe contra a homofobia

Para o PSTU, a luta contra a exploração capitalista é inseparável da luta contra as diferentes formas de opressão. Desde sua fundação, o partido conta com um programa de luta contra as mais frequentes formas de preconceito e discriminação em nossa sociedade: o machismo, o racismo e a homofobia. Queremos apresentar, nestas eleições, um programa específico para gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros (GLBTs) para ser defendido pela militância do PSTU e seus candidatos, reafirmando a luta cotidiana que esta importante parcela da população enfrenta todos os dias para driblar a violência que sofre e apontando uma alternativa socialista para o combate ao preconceito. Porém nossa visão sobre a opressão sofrida pelos GLBTs é diferente do entendimento dos grupos majoritários do movimento gay nos últimos anos. Fazemos uma leitura de esquerda, marxista, da luta contra a homofobia, e temos a ousadia de apontar um caminho: a transformação radical da sociedade capitalista e a construção do socialismo. Se nossa época é marcada por uma profunda desigualdade social, pela miséria, a fome e o desemprego crônicos, isso se deve às relações de exploração dos proprietários sob os trabalhadores. Mas essa exploração, para ser levada ao seu limite e não encontrar maiores resistências necessita de um conjunto de ideologias que divida a classe trabalhadora e enfraqueça sua luta.

Assim, os preconceitos (como a discriminação de homossexuais) são disseminados e reforçados cotidianamente de forma a fragmentar os trabalhadores e legitimar a exploração que sofrem pelo capital, impedindo que se unam para lutar contra este estado de coisas. Portanto, as diferentes formas de opressão precisam ser entendidas como parte de uma engrenagem muito maior que permite a reprodução da sociedade de classes, onde a miséria é o único caminho apontado para aqueles que vivem do próprio trabalho. Esta maneira de tratar a luta homossexual nos obriga a adotar uma postura diferente da maior parte dos grupos que existem hoje no Brasil. Não nos detemos na reivindicação de pequenas melhoras, por mais importantes que sejam, tampouco travamos a luta por dentro do capital e de seu Estado, assim como não acreditamos na luta isolada dos que sofrem com as mazelas do capitalismo.

Queremos travar uma luta contra as bases econômicas e ideológicas que sustentam a violência cotidiana sofrida pelo proletariado, em seu conjunto, unindo trabalhadores do campo e da cidade, mulheres e homens, negros, índios e brancos, heterossexuais e homossexuais contra o inimigo comum que é a burguesia. Por isso, lutamos pelo socialismo. Nosso programa busca inserir cada ponto da luta específica dos GLBTs dentro de um conjunto de reivindicações maiores, conectando as necessidades mais imediatas aos problemas mais profundos da sociedade.

Trabalho
Nas relações de trabalho a opressão contra GLBTs ganha uma forma particularmente cruel. Já nos processos de seleção homossexuais são discriminados e deixados de fora das relações de trabalho. Quando empregados, sofrem pesadamente com o assédio moral e sexual, humilhação, perseguição e, em função disso, diversas formas super-exploração. O preconceito também serve como estímulo, de maneira explícita ou velada, às demissões destes trabalhadores. Em sua maioria, acabam ocupando postos de trabalho precarizados, sendo majoritários em funções terceirizadas. Deste modo, o peso dos ataques da patronal aos trabalhadores recai de modo mais intenso sobre os trabalhadores GLBTs.
Contra o assédio moral e sexual: contra as diferentes formas de perseguição, humilhação e discriminação sofridas pelos GLBTs em locais de trabalho.
Contra as demissões de trabalhadores, principalmente aquelas motivadas pelo preconceito.
Contra a precarização das relações de trabalho.

Moradia
O problema crônico da falta de moradia no país é sofrido com mais intensidade pelos GLBTs. O preconceito que existe na hora de alugar ou comprar um imóvel submete os homossexuais a terríveis constrangimentos e os coloca na posição de reféns de imobiliárias, administradoras residenciais etc. A lógica por traz disso é a mesma da especulação imobiliária, que entende que a presença de gays e lésbicas pode rebaixar o valor de imóveis, fazendo-os selecionar o público como forma de valorização financeira.

Além disso, a dificuldade de se realizar financiamentos e obter crédito em função do não reconhecimento da união civil por pessoas do mesmo sexo agrava ainda mais o problema do acesso a moradia aos homossexuais. Ainda que no discurso a economia funcione sob as frias leis de mercado, o fato é que os padrões morais burgueses também operam no livre-mercado, marginalizando aqueles que não se enquadram nas normas dominantes.
Pela proibição de qualquer norma que restrinja o direito de livre escolha de local de moradia.
Pelo acesso ao crédito e financiamento por casais do mesmo sexo.

Forças Armadas
As forças armadas, como último ponto de apoio do Estado burguês, são o local onde as ideologias dominantes estão mais enraizadas. A homofobia e o preconceito nesta instituição estão institucionalizados. Nesse sentido somos radicalmente contrários à regras e normas que discriminem homossexuais tanto no interior das Forças Armadas quanto no processo de alistamento militar, onde a orientação sexual ainda é critério de seleção.
Pelo fim da homofobia institucionalizada nas Forças Armadas.

União Civil
Os casais heterossexuais possuem um conjunto de direitos que são negados aos casais homossexuais. A discussão da união civil para pessoas do mesmo sexo não passa pelo debate moral ou religioso, mas pela defesa da igualdade de direitos civis que são negados aos casais de pessoas do mesmo sexo. Defendemos a extensão radical de todos benefícios sociais concedidos aos casais heterossexuais (contrato de união civil, previdência social, herança, partilha de bens etc.), aos casais homossexuais, como forma de garantir acesso à direitos e benefícios legais que já são concedidos ao restante da população.
Pela união civil de casais do mesmo sexo, com a extensão de todos os direitos concedidos aos heterossexuais para os casais homossexuais.

Adoção
Como desdobramento da união civil, o direito a adoção por casais do mesmo sexo é pré-condição para a igualdade de direitos. Este é o ponto onde o peso do preconceito é mais forte, uma vez que põe em cheque a tradicional noção de família. O pensamento machista entende que o papel da criação de filhos seja exclusivamente feminino. A combinação da união civil com o direito de adoção subverte por completo os papéis historicamente construídos para o homem e a mulher. O reconhecimento destes direitos passa, obrigatoriamente, pela negação da lógica machista tradicional. Além disso, o debate precisa ser feito por completo, uma vez que trabalhadores GBLTs que tenham filhos, adotivos ou não, precisam ter os mesmo direitos que os demais trabalhadores como creche para suas crianças, licença maternidade e paternidade etc., sendo esta uma luta combinada com a das mulheres.
Pelo direito à adoção
Por creches para os filhos de trabalhadores e de trabalhadores;
Por licença-maternidade e paternidade.

Educação
A educação vem sendo utilizada como forma de reprodução dos valores e ideologias dominantes desde muito tempo. Nesse sentido, os preconceitos contra homossexuais têm aí mais um sólido ponto de apoio. Por isso, entendemos que escolas e universidades precisam romper com os padrões heteronormativos de educação e voltarem-se para um ensino que respeite a diversidade sexual. Defendemos o trato da sexualidade sem a influência de moralismos de toda ordem, orientados para a conscientização da população, para a saúde sexual, para o respeito à diversidade e contra a opressão. A laicidade do ensino é fundamental para esta mudança.

Além disso, existe concretamente o problema do trato com alunos e alunas GLBTs. O grau de evasão escolar é mais intenso no setor, uma vez que além dos preconceitos dos demais alunos, estudantes gays, lésbicas, bissexuais e principalmente transgêneros sofrem o pesado preconceito das instituições de ensino. Seja na tentativa de enquadrá-los ao padrão considerado normal de comportamento sexual, seja na homofobia explícita, o fato é que o sistema de ensino no país é hostil aos GLBTs e, por isso mesmo, reforça a marginalidade social do setor.

Com baixa escolaridade, sofrendo de preconceitos e discriminação por todos os lados, a população homossexual acaba não encontrando alternativas de sobrevivência iguais às do restante da população. Daí decorre a cadeia de exclusão que joga uma parcela importante dos GLBTs na prostituição e outras tantas formas de degradação humana.
Por uma educação voltada ao respeito da diversidade sexual.
Pela inclusão da disciplina de educação sexual nas escolas e nos cursos de formação de professores.
Por um ensino laico, sem a influência dos moralismos religiosos e conservadores.
Pela inclusão do nome social no sistema de ensino em todos os níveis para estudantes transgêneros.

Nome social para transgêneros
Entendemos que o nome de registro de uma pessoa deve estar subordinado a sua identidade de gênero. A própria medicina começa a avançar no reconhecimento das pessoas que tem uma identidade de gênero que discorda de seu gênero biológico.

Contudo, o preconceito do Estado na hora de dar o correto registro para estas pessoas acaba agravando ainda mais o problema da marginalização social. Com um registro errado na identidade, carteira de trabalho e demais documentos legais fica praticamente impossível conseguir emprego, estudo, moradia, etc. Isso sem mencionar a humilhação cotidiana a que se submetem estas pessoas toda vez que precisam apresentar alguma identificação.

O reconhecimento do nome social é peça fundamental para o combate ao preconceito e à marginalização deste setor.
Pelo reconhecimento do nome social em documentos, órgãos públicos e privados para travestis e transgêneros, inclusive nas escolas, universidades e locais de trabalho.
Pela desburocratização e maior agilidade no processo de alteração do nome nos registros e documentos do indivíduo.

Violência
Segundo dados do Grupo Gay de Bahia, o Brasil é recordista mundial em assassinatos e crimes de ódio cometidos contra homossexuais. Um homossexual é morto de maneira violenta a cada 3 dias no país. Como se não bastasse, pelo próprio preconceito, os casos de crimes de ódio são mal investigados e não ganham a devida repercussão, deixando apagada a escandalosa posição do Brasil no ranking da violência homofóbica.
Por um lado, existe a violência cometida por bandos fascistas que se proliferam nas capitais e grandes cidades, principalmente em tempos de crise. Gangues e grupos de extrema direita ficam à espreita, rondando as periferias de guetos gays para atacar homossexuais, principalmente em locais frequentados por GLBTs trabalhadores e pobres em geral. Aqui também o peso de classe é visível. Enquanto que nos locais frequentados por homossexuais das elites há segurança privada, a exposição à violência acaba sendo muito maior para aqueles que não podem pagar pela sua segurança.

Por outro lado, há a própria violência policial. Seja de foram indireta, pelo descaso com GLBTs que, quando sofrem ataques violentos não podem contar com a segurança pública pois são alvo de desrespeito nas delegacias; seja de forma direta, quando os próprios policiais praticam a violência contra homossexuais.

Contudo, se a violência física e os assassinatos são a forma mais radical do preconceito contra homossexuais, as demais formas não podem ser ignoradas. Além de todos os problemas já mencionados, no sistema de ensino, nos locais de trabalho, etc., há ainda todas as formas de vexação pública a que se submetem os GLBTs no cotidiano. Seja ao serem expulsos de um bar ou uma loja por andarem de mãos dadas, seja no atendimento preconceituoso nos comércios, serviços e órgãos públicos, seja nas ruas.

Por isso tudo, defendemos a criminalização da homofobia. Não como uma solução definitiva para a violência cotidiana que sofremos, mas como maneira de ir quebrando a cumplicidade do Estado e demais instituições com a discriminação. Além disso, a criminalização por si só não alterará a cultura homofóbica da sociedade, e por isso mesmo, deve ser acompanhada de amplas medidas de combate ao preconceito desde as escolas, a mídia e demais espaços da vida social.
Pela criminalização da homofobia.

Saúde
O preconceito contra GLBTs ganha materialidade especial na questão da saúde no Brasil. Mas além do tradicional problema da opressão, ainda há o seu reforço gerado pelas políticas neoliberais. Através da privatização da saúde, seja pela ampliação da rede privada, convênios de planos de saúde, seja pelas Organizações Sociais (OS) e Fundações Públicas de Direito Privado, que privatizam a gestão do serviço de saúde, a discriminação acaba sendo agravada.

Um bom exemplo são OSs cuja gestão está a cargo de setores ligados à Igreja, que por motivos ideológicos e morais, acabam não realizando, ou realizando de maneira formal, campanhas de conscientização e de distribuição de preservativos em função da condenação que o Vaticano faz da camisinha por exemplo. Da mesma forma, não há lei que garanta a inclusão de parceiro do mesmo sexo como dependente de plano de saúde ou convênio médico em função do não reconhecimento da união civil.

No setor público o problema não é menor. O despreparo dos médicos, particularmente ginecologistas, para lidar com a especificidade lésbica é completo. Mas um dos setores que mais sofre com o preconceito são as travestis e transexuais. Embora o Sistema Único de Saúde (SUS) deva realizar cirurgias de modificação de sexo, a falta de recursos combinada com uma burocracia negligente são um enorme empecilho para que as operações sejam feitas. Isso sem falar de um acompanhamento psicológico obrigatório de dois anos no qual se realiza uma verdadeira campanha para a desistência da cirurgia.

Por fim, a rede de Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs), responsáveis pela realização de testes de HIV é muito limitada e, frequentemente, acaba sendo utilizada como ponto de encaminhamento obrigatório para GLBTs que buscam se tratar de qualquer outro problema de saúde e são negligenciados em postos e hospitais.

Por uma política de saúde que atenda as especificidades dos GLBTs, particularmente de lésbicas, travestis e transgêneros.
Pela ampliação da de rede de CTAs
Por um sistema de saúde 100% público
Pela laicidade da gestão da saúde
Pela ampliação das campanhas de conscientização e prevenção de DST/AIDS sem qualquer constrangimento de setores religiosos e conservadores.

Doação de sangue
A associação da homossexualidade a elementos indesejáveis, como a AIDS, acirrou absurdamente o preconceito e a discriminação. Desvincular esta doença da homossexualidade tornou-se uma tarefa central para o movimento homossexual no combate a opressão. Nos hemocentros a discriminação instalou-se permanecendo até hoje, pois o sangue dos homossexuais é recusado como sangue contaminado mesmo quando há carência de doadores. A resolução da Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, impõe que homens homossexuais ou bissexuais sejam proibidos de doar sangue. Agir contra ela é ilegal. Essa resolução é extremamente incoerente, pois retoma a ideia equivocada de grupo de risco (da qual os homossexuais já não fazem parte), desconsidera a relevância do uso da camisinha e ignora que a janela imunológica (período em que não é possível detectar por exames se o sangue está contaminado ou não) é válida para qualquer pessoa, independente da orientação sexual. Hoje, 80% dos portadores de HIV são heterossexuais.

Falta informação, valorização e incentivo ao exercício seguro da sexualidade, preparo aos profissionais da saúde e da educação, distribuição de preservativos e mais verbas para a saúde. Todo esse quadro, hoje, é responsabilidade do governo Lula que não só segue omisso, mas reforça o preconceito através dessa legislação que institucionaliza e promove a vinculação da AIDS à homossexualidade. A saúde expressa parte da situação que os homossexuais enfrentam no Brasil.
Pela retirada da resolução da Anvisa, bem como de qualquer outra medida, que proíba a doação de sangue por homossexuais.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

É tempo de partido

Quando chegar o tempo em que eu puser-me a falar de partido, haverá quem pergunte se falo do coração.

Responderei então, com o mesmo tom tranquilo que minha voz costuma ter, que sim. Falo do coração, porque afinal, falo de lutas, falo de sentimentos e falo, principalmente, de necessidades reais que eu e minha classe temos cotidianamente. E falar do coração deve ser motivo de orgulho porque pulsam em nossas veias as cores da revolução quando são de amor os sentimentos que nos movem.

Ao longo de uma estrada que me pus a trilhar nos últimos cinco anos, experienciar novas relações como a construção de um coletivo, a militância no movimento estudantil e as caminhadas junto aos movimentos sociais, fizeram-me vislumbrar a transformação e a vitória como possibilidades e a luta e a organização como necessidades.

E quando organizar-se faz necessidade e a consciência avança para níveis bastante distantes de onde um dia esteve, reconhece-se a importância de sair em defesa de um sistema de reivindicações transitórias entendendo que estas fazem parte da construção de um projeto mais amplo de sociedade.

Assim, encontrei um partido que defende um programa socialista para a educação, a saúde, a moradia, que trata a destruição ambiental e as opressões de machismo, racismo e homofobia como questões a serem combatidas, que fala sobre a necessidade de redução da jornada de trabalho e que entende a juventude e os trabalhadores como protagonistas no processo de transformação.

Encontrei-me em um espaço onde a solidão para atuar não mais há porque companheiras e companheiros fizeram-se camaradas, porque os vazios fizeram-se presenças e as necessidades de formação e de atuação vêm sendo supridas dia após dia em companhia daqueles que têm o centralismo democrático como sinônimo de confiança, disciplina e, sobretudo, coerência.

"Fizeste-me ver a claridade do mundo e como é possível a alegria.
Fizeste-me indestrutível pois contigo não termino em mim próprio".
(Ao meu partido, Pablo Neruda)

Quando lembrei-me que Pablo Neruda havia dedicado ao seu partido estas palavras, senti uma igual vontade de expressá-las ao organismo de que hoje faço parte. E assim, uma vez que a vontade fez-se necessidade, devo então dizer, de coração inteiro, que o tempo de partido é enfim chegado.

*Ao Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (Pstu) pelo tempo de aspirância e início de minha nova militância).

por Camila Chaves (juventude Pstu/MA)

Claudicea quer ser no Senado a voz do protesto do povo do Maranhão

A professora Claudicéa Alves Durans, candidata a senadora pelo PSTU, explicou que a sua candidatura tem o propósito de servir de instrumento para fortalecer as lutas concretas dos trabalhadores e da juventude. Maranhense de São Luís, que fez a graduação no curso de Pedagogia e Mestrado em Educação pela Ufma, Claudicéa prega a elaboração de “um programa socialista de enfrentamento ao governo Lula (PT), a Roseana Sarney (PMDB) e à oposição de direita (PSDB, DEM e PV) e à pseudo-oposição de esquerda (PT e PCdoB)”.

Professora do Ensino Superior do Ifma (antigo Cefet), Claudicéa Durans iniciou sua trajetória de militância política no movimento popular e pastoral de juventude no bairro da Liberdade. Na Ufma, ainda como estudante participou do Movimento de Universitários Negros.

Hoje é militante sindical de base filiada ao Sindsep e Sinasefe. Integra ainda o Movimento Negro Quilombo Raça e Classe da Conlutas. É militante do PSTU desde a sua fundação em 1994. Abrigada neste partido disputou as eleições de vereador em São Luís no ano de 2008.

Agora, candidata ao Senado, Claudicéa sabe que vai enfrentar uma disputa desigual: “Os candidatos burgueses contam com amplos recursos e a conivência da imprensa e da Justiça. Essa máquina eleitoral riquíssima que está a seu favor vai desde a compra de votos até a utilização de cabos eleitorais pagos”, afirma a candidata a senadora do PSTU. Nesta entrevista ao Jornal Pequeno, Claudicéa Durans fala sobre suas ideias e propostas:

Jornal Pequeno – Qual a sua expectativa, do ponto de vista político e eleitoral, em relação às próximas eleições de outubro no Maranhão?

Claudicéa Durans – Inicialmente gostaria de esclarecer que todas as candidaturas do PSTU no Brasil e no Maranhão estão inteiramente a serviço das lutas dos trabalhadores. Ao contrário dos outros partidos não somos políticos profissionais que só aparecem no período eleitoral para ludibriar a população com promessas que não irão ser cumpridas, pois estão presos por acordos com grandes empresas e bancos que financiam suas campanhas e depois de eleitos estabelecem contratos de serviços e obras públicas com tais empresas, por isso a elas estão presos política e financeiramente.

Nós do PSTU somos trabalhadores: professores, operários, bancários, servidores públicos, estudantes, ativistas conhecidos das lutas sindicais, estudantis e dos movimentos sociais e populares. Nossas candidaturas são para fortalecer as lutas concretas dos trabalhadores e da juventude, através de um programa socialista de enfrentamento ao governo Lula (PT), a Roseana Sarney (PMDB) e a oposição de direita (PSDB, DEM e PV) e a pseudo-oposição de esquerda (PT e PCdoB).

No campo eleitoral sabemos que vamos enfrentar uma disputa desigual, pois candidatos burgueses contam com amplos recursos e a conivência da imprensa e da justiça. Essa máquina eleitoral riquíssima que está a seu favor vai desde a compra de votos, cabos eleitorais pagos, que diga-se passagem é um absurdo vermos idosos, crianças e os jovens cabisbaixos, balançando bandeiras ou entregando panfletos em retornos de avenidas e praças públicas de São Luís, tentando sobreviver de migalhas, sofrendo humilhações para propagandear políticos de direita que nunca fazem nada em benefício da população. Nossa candidatura será realizada com contribuições dos trabalhadores e com isso temos orgulho de dizer que somos independentes dos patrões e dos governos.

JP – O que representa, no atual cenário político do Estado, a sua candidatura ao Senado da República?

Claudicéa Durans – Pretendemos primeiramente fazer um diálogo com os trabalhadores sobre o que representa o Senado, instituição esta que surge na época do Império (1824), foi inspirada na Câmara de Lordes da Grã-Bretanha, cujos senadores não eram eleitos e possuíam cargos vitalícios. No período republicano o Senado inspirou-se no modelo federalista dos EUA, no qual os senadores representavam os estados e os deputados o povo. Este modelo se configurou no Brasil, os estados têm direito a três senadores e não se leva em conta a quantidade de habitantes de um estado para eleger os representantes.

Cada senador tem um mandato de oito anos, o que equivale o dobro dos deputados. Além disso, essa segunda câmara legislativa controla um orçamento de R$ 3,5 bilhões ao ano. O Senado historicamente no Brasil tem fortalecido as oligarquias, através de esquema político de negociação com o governo federal que tem financiado algumas poucas obras públicas para obter apoio desses senadores nos estados e dessa forma enganam a população, que fica permanentemente grata e comprometida em votar nesses senadores. O Maranhão é um exemplo típico desse acórdão.

Com a política do governo Lula esse esquema foi ampliado, pois figuras como Collor de Melo, Sarney, Jader Barbalho, Renan Calheiros ganharam sobrevida nesse governo. Vale lembrar que, há um ano, o Senado foi palco de denúncias de corrupção, nepotismo por meio de atos secretos, desvios de verbas, contratos fraudulentos, a exemplo da Fundação Sarney com Petrobras.

Esta crise teve como principal protagonista Sarney, presidente do Senado, porém as denúncias foram arquivadas, o que mostra por um lado, o verdadeiro caráter de corrupção desta instituição e por outro lado, o papel que teve o governo do PT com apoio do PCdoB nessa política, aliás, todos nós lembramos quando Lula utilizou a mídia em defesa do Sarney, tudo para conseguir o apoio da base aliada (PMDB) à candidatura de Dilma à Presidência da República.

O PT de Lula não levou em conta a opinião da população, cerca de 74% queria o afastamento de Sarney. Também temos percebido que as poucas leis que são propostas em benefício dos trabalhadores têm passado por dois crivos: o primeiro a Câmara de Deputados, o segundo o Senado, daí porque tanto tempo os projetos de lei ficam em tramitação e quando são aprovados no Legislativo saem totalmente desfigurados do projeto original. Então para que duas câmaras com a mesma finalidade? As nossas candidaturas ao Senado pretendem dialogar com os trabalhadores sobre tudo isso e defendemos o fim do Senado por uma única câmara legislativa, além de colocar as nossas candidaturas a serviço da classe trabalhadora.

JP – Quem são os candidatos a suplente de senador em sua chapa? Fale sobre eles:

Claudicéa Durans – Janilde Sousa Santos é professora da rede municipal e estadual de ensino e Valdelino Ferreira da Silva, operário da construção civil. Ambos representam setores importantes da classe trabalhadora.

JP – Qual sua análise da atual representação do Maranhão no Senado? Cafeteira? Mauro Fecury? Sarney?

Claudicéa Durans – O Senado, como já havia afirmado antes, é uma instituição que serve aos interesses das oligarquias e da elite brasileira. No Maranhão estes senhores representam esses interesses. A população maranhense acaba até esquecendo que tem representação nessa instituição, pois não fazem absolutamente nada, só sabemos que eles estão lá quando vemos noticiadas em toda a imprensa denúncias de corrupção como a de Sarney no Senado, que para nós essa prática já é bastante conhecida durante as décadas que esteve à frente do Estado e da Presidência da República. É bom esclarecer que Sarney não é senador pelo Maranhão e sim pelo Amapá, através das manobras que utilizou para se eleger naquele Estado.

JP – Qual sua opinião sobre a questão das minorias, da inclusão social, do racismo e da questão do negro no Brasil e no Maranhão?

Claudicéa Durans – A história da população afrodescendente no país e no Maranhão é marcada pela desigualdade socioeconômica, sustentada pelo preconceito, pela discriminação e pelo racismo. No debate racial deve-se ter como pano de fundo as experiências que tivemos no Brasil e que sedimentaram as relações sócio-raciais. Desta forma deve-se levar em conta o período prolongado de escravidão que durou quase 400 anos em contraste com apenas 122 anos de trabalho livre.

Não podemos esquecer que nós negros construímos esse país e fomos tratados apenas como coisa, objeto por quase quatro séculos, portanto o Estado brasileiro deve a nós uma dívida histórica por não garantir qualidade de vida digna.

Somado a isso fomos vitimas de valores discriminatórios e racistas que até hoje estão presentes no inconsciente brasileiro. É bom lembrar que no trajeto da sociedade a ciência, os intelectuais introjetaram e produziram mitos como da inferioridade do negro, da ideologia da mestiçagem e da democracia, utilizados para nos colocar como cidadãos de segunda classe, inferiores e invisíveis a ponto de não nos identificarmos enquanto grupo étnico e de classe e termos assim, uma identidade desfigurada pela estrutura social.

Esses elementos são fundamentais para entendermos o porquê de nossas reivindicações históricas, a exemplo das lutas do movimento negro por condições materiais que passa pela construção da identidade negra. Sabermos quem somos, para onde vamos, que papel temos na sociedade, são questões fundamentais nessa luta e enquanto tivermos crianças negras em condição de rua, adolescentes e jovens sendo dizimados pela violência, repressão policial, mulheres sendo violentadas, vitimas de violência e do machismo a nossa luta será necessária.

Nesta árdua luta não podemos deixar de registrar Magno Cruz, que precocemente encerrou a sua jornada aqui na terra, mas estará sempre presente em nossa memória, enquanto um referencial no combate à questão social e racial do Maranhão e do Brasil.

JP – Que propostas defende como candidata ao Senado?

Claudicéa Durans – Apesar das conquistas do movimento negro a exemplo da Lei 10.639 que institui o ensino da África e dos afro-descendentes no currículo e as cotas para negros nas universidades, não podemos esquecer que estas conquistas estão sendo ameaçadas, sobretudo com a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, que não passou de um acordo entre o DEM de Demóstenes Torres, a Secretaria da Promoção da Igualdade Racial e o PT.

Este estatuto suprimiu pontos importantes como cotas para negros nas universidades públicas, participação dos negros em partidos políticos que na versão original era de 30% e foi reduzido para 10%; supressão do texto que tratava da regularização de terras para remanescente de quilombo e ainda estabeleceu-se o compromisso do governo em oferecer incentivos ficais às empresas privadas com mais de 20 funcionários que contratem pelo menos 20% de negros em seu quadro de funcionários.

Foram também retirados conceitos clássicos de nossa luta histórica como raça, escravidão e identidade negra sob o pretexto de já ter superado o racismo e que estamos avançando no sentido da democracia na sociedade brasileira. Nós do PSTU acreditamos que uma verdadeira política racial no país deve garantir o direito da titulação de terras aos quilombolas, as cotas nas universidades públicas, o combate ao racismo, pela garantia das condições de vida igual para todos. Discordamos da política adotada pelo governo Lula e de Roseana de segurança, que apenas militariza a política de segurança com a criação da Força Nacional e tem o papel de exterminar a juventude negra das periferias.

Não podemos esquecer um dos piores crimes de racismo no Brasil vivido por Gerô há três anos. Hoje os policiais condenados já estão soltos e alguns foram promovidos no governo Roseana, o que é um absurdo! Exigimos do governo Lula a imediata retirada das tropas brasileiras do Haiti, que cumprem o papel de reprimir nossos irmãos da América. Acreditamos também que o fato de apenas criar secretarias de promoção da igualdade racial que, diga-se de passagem, sem recursos próprios não resolverá o problema.

JP – Qual a posição do seu partido em relação à sucessão presidencial?

Claudicéa Durans – Acreditamos que as eleições não irão resolver os problemas da classe trabalhadora e participamos dela para apresentar nosso programa socialista para os trabalhadores. A não participação dos trabalhadores nesse processo deixaria os dois blocos burgueses majoritários sem nenhuma contestação. Utilizamos este processo para fortalecer as lutas dos trabalhadores. Neste sentido, nosso candidato a presidente da República, Zé Maria de Almeida, um operário metalúrgico, vem expressar nossa estratégia socialista e a defesa dos trabalhadores.

As experiências com o PT de Lula e o PSDB de Serra já demonstraram para quem estes partidos governam. Para se ter uma ideia, nos oito anos de mandato de Lula as grandes empresas quadruplicaram seus lucros e só em 2009 foram entregues aos banqueiros 380 bilhões. Este valor representa 35% de todo o orçamento nacional, enquanto para a educação no mesmo ano destinou-se 2,88% e para saúde apenas 4,64% do orçamento.

O PSDB por onde tem passado tem valorizado a política de privatizações e congelamento de salários. Marina Silva (PV), por sua vez, não representa nada de novidade. Esteve presente no governo Lula como ministra do Meio Ambiente e em sua gestão houve um considerável aumento do agronegócio, defendeu recentemente o Banco Central no aumento das taxas de juros e tem nada mais que o dono da Natura - Guilherme Leal (13º mais rico do país) - como seu vice. Ele está sendo processado por biopirataria no Acre pelo Ministério Público.

Os trabalhadores precisam ter uma vida digna com educação, saúde e moradias de qualidade. Para isto somos radicalmente contrários ao domínio das grandes empresas e defendemos o não pagamento da dívida interna e externa.

JP – O seu partido, nestas eleições, tem a particularidade de ter uma candidata a vice-presidente da República negra e do Maranhão. Fale sobre isto:

Claudicéa Durans – A professora Cláudia Durans é conhecida no Maranhão e no Brasil por sua atuação no movimento sindical à frente do ANDES – Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior pela defesa da universidade pública e valorização do trabalho docente. A sua candidatura expressa a luta do povo nordestino, mulheres e negros contra a opressão.

JP – Como avalias as demais candidaturas ao Senado: Lobão, João Alberto, Vidigal, Zé Reinaldo, Roberto Rocha, Noleto, professor Adonilson etc.?

Claudicéa Durans – Nós do PSTU apresentamos além da minha candidatura, a do companheiro Noleto como alternativas para o Senado. Acreditamos que candidatos como Lobão, João Alberto, Vidigal, Zé Reinaldo e Roberto Rocha representam apenas a continuação do atual modelo de exploração e dilapidação do patrimônio do estado do Maranhão para servir aos interesses do latifúndio e das grandes empresas às custas da humilhação da grande maioria da população maranhense.

Sobre o companheiro Noleto, é um dos fundadores do nosso partido, militante sindical, demitido da Alumar por sua atuação em defesa dos interesses dos trabalhadores, além de ser um defensor contundente da necessidade da revolução socialista.

JP – Qual sua visão sobre a candidatura da governadora Roseana Sarney à reeleição?

Claudicéa Durans – As experiências com os governos de Roseana foram um verdadeiro caos do ponto de vista dos trabalhadores. Viu-se a adoção de políticas privatizantes de importantes empresas como a Cemar, Banco do Estado (BEM), Copema e Emater. O seu governo foi mergulhado em situações de escândalos como o caso da Lunus e da empresa de confecções em Rosário. O Maranhão tem os piores indicadores sociais.

Na área de educação assistiu-se a implantação do tele-ensino, modelo de educação com formação aligeirada para alunos da rede pública em péssimas qualidades, buscava apenas mercantilizar a educação com a TV Globo. O seu governo de fato trouxe lucro para empresas, bancos e enriquecimento da sua família. Aos trabalhadores dedicou-se a ataques principalmente aos professores. Muitos trabalhadores foram demitidos com o aniquilamento e a extinção de empresas importantes que moviam a economia do estado.

A família Sarney é bastante desgastada no Maranhão. Todos nós conhecemos as mazelas deixadas por esta oligarquia que trata o estado como feudo seu, mas se mantém por um lado, através de propagandas midiáticas (é dona de TV, rádio e jornais) e por outro lado pelo PT, que tem como seu vice o ex-diretor do SINDSEP-MA Washington Luiz. Incondicionalmente o PT tenta manter o prestígio desse grupo com a classe trabalhadora, mas está tão desgastado quanto. Tudo isso é um absurdo! Absurdo também é o jingle de campanha de Roseana que, em um trecho diz: “Deus lhe deu outra chance”, como se não houvesse o dedo de seu querido pai na cassação de Jackson para o retorno do controle do Estado.

JP – E as candidaturas ao governo de Jackson Lago, Flávio Dino, Saulo Arcangeli etc.?

Claudicéa Durans – Há uma distorção muito grande no processo eleitoral. As eleições representam projetos políticos e não apenas competência para administrar a máquina do estado. Não se trata de meritocracia, onde alguns “dotados” aprenderam nas academias habilidades e competências para assumir cargos. É claro que a formação é importante neste tipo de processo, mas que tipo de formação? Para que e para quem esta formação está destinada?

Há políticos de direita que aprendem a falar em público sem ter tido nenhum contato com os trabalhadores, aprendem através de cursos de oratória destinado a esse público alvo. Para nós do PSTU nessas eleições é importante, para de fato mudar a situação da classe trabalhadora, um programa de governo que seja o conhecimento da realidade do Estado, mas também aponte saída para que a maioria - trabalhadores, estudantes e desempregados tenham vida digna, não é se atrelando à direita ou à situação como faz o PCdoB de Flávio Dino e o PDT de Jackson Lago para obter vantagens eleitorais.

Já tivemos experiência com a frente ampla que se constituiu no Estado para derrotar a família Sarney, porém essa frente foi apenas eleitoreira, e hoje o PT que fazia parte desse grupo foi de pires na mão compor alianças com Roseana Sarney. Quanto ao Saulo Arcangeli é um companheiro valoroso dedicado às lutas sociais, integra a Conlutas (nossa Central Sindical) nacionalmente.

JP – Qual sua avaliação das recentes pesquisas sobre os candidatos ao Senado e ao governo do Maranhão?

Claudicéa Durans – As pesquisas realizadas no início da campanha eleitoral ainda não expressam o quadro real da sucessão no estado. O grande número de eleitores indecisos demonstra que as eleições estão indefinidas e uma parcela importante dos maranhenses já não suporta ver os nomes dos políticos mentirosos de sempre pedindo novamente o voto.


sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Visita do candidato Zé Maria à São Luís

A chegada de Zé Maria, candidato à presidência da república pelo PSTU, era bastante esperada pela militância, filiados e simpatizantes de nosso partido. Durante os dois dias em que por aqui esteve, sempre em companhia da candidata a vice, a maranhense Cláudia Durans, e das demais candidaturas do partido, Zé Maria concedeu entrevistas a emissoras de TV da capital e participou de uma série de atividades.

Ainda no aeroporto, Zé Maria concede entrevista à emissora de TV

Na última segunda-feira (16), dia de sua chegada, a modesta sede do partido fez-se pequena tamanho o entusiamo daquelas e daqueles que o aguardavam para debater, em plenária, os principais pontos da campanha do partido. Aumento de salários e aposentadorias, redução da jornada para 36 horas, reforma agrária, não pagamento da dívida externa, reestatização de bancos e empresas privadas, além do debate referente ao combate às opressões de machismo, racismo e homofobia, estiveram entre as questões centrais.


Cláudia Durans, Marcos Silva e Zé Maria

Simpatizantes, filiados e militantes na sede do PSTU em São Luís

No segundo dia de atividades, que aconteceu na terça-feira (17), o ponto alto com o Zé Maria e as candidaturas do PSTU no Maranhão foi a caminhada e o bandeiraço organizados no centro comercial da cidade, a Rua Grande. Durante o percurso, o momento foi de diálogo com os trabalhadores e a juventude que transitava ou que se encontra cotidianamente no local.

Zé Maria em caminhada e bandeiraço na Rua Grande, Centro de São Luís

Candidaturas do PSTU no Maranhão em atividade com o Zé Maria

Noleto, candidato ao senado pelo PSTU, durante fala.

Mais tarde, a militância do partido reuniu-se no Sindicato dos Bancários para a realização de uma atividade político-cultural em agradecimento e despedida à visita de Zé Maria que seguiu para o Pará dando continuidade às construções de uma candidatura em defesa do socialismo e reforçando a necessidade de lutar e a possibilidade de vencer a partir da organização de trabalhadoras e trabalhadores.

domingo, 15 de agosto de 2010

Como funciona o PSTU?

O militante do PSTU é muitas vezes admirado por suas intervenções nas lutas dos trabalhadores e estudantes. Nós lutamos para sermos os melhores ativistas das mobilizações, porque este é o nosso terreno predileto: as ações diretas das massas.

Para possibilitar este tipo de intervenção, os militantes se reúnem semanalmente nos núcleos do partido. Estes núcleos são oS organismos de base do PSTU. Cada um deles está organizado ao redor de uma frente de intervenção: um núcleo de companheiros de uma fábrica, ou de uma região operária, outro de estudantes de uma escola ou universidade, outro ainda de professores de uma região.

Nestas reuniões, os militantes discutem a situação política nacional ou outro tema definido no núcleo, e a política concreta para cada setor dos trabalhadores ou estudantes.

A sociedade capitalista aliena as pessoas, que não desenvolvem o potencial que tem. Muitos companheiros que não se arriscavam a falar em público, com a militância no partido e no movimento de massas, se tranformam em bons oradores. Outros vão se especializar em organizar as atividades ou na propaganda fazendo palestras e cursos. Com a militância, os companheiros podem desenvolver qualidades que não poderiam fazê-lo em outras circunstâncias, se transformando em bons agitadores, propagandistas ou organizadores.

O nosso partido funciona em base ao princípio do centralismo democrático. A centralização da ação do partido é necessária porque nós nos enfrentamos com a burguesia que se centraliza através do estado. Não existe nenhuma maneira de lutar pelo poder sem uma estrutura centralizada, que enfrente o estado burguês. Não existiu nenhuma revolução vitoriosa sem uma organização centralizada a sua frente.

O centralismo democrático significa que, no partido deve haver ampla liberdade de discussão interna, e depois, que a ação de todos seja centralizada. Isso implica a possibilidade e necessidade de que o partido viva um amplo debate entre posições diferentes. As grandes definições políticas do partido são decididas em nossos congressos, que se realizam a cada 2-3 anos. Os documentos são discutidos por todos os militantes, que elegem delegados para o Congresso, que finalmente votarão os documentos. A partir daí todos os militantes implementam as posições definidas pelo congresso. Nos períodos prévios aos congressos, existe a possibilidade que estas diferenças se expressem inclusive na organização de tendências e frações. Mas uma vez decidida a política em Congresso, as tendencias e frações se dissolvem, sendo obrigação de todos aplicarem a mesma política, definida pela maioria.

Entre os congressos, o partido tem uma estrutura centralizada por seus organismos de direção, sendo o Comitê Central a máxima direção da organização, eleito no Congresso Nacional. As regionais discutem e decidem como implementar e adequar a política nas cidades e elegem suas direções regionais. As células discutem e decidem como intervir nas suas frentes e elegem suas próprias direções.

O partido tem o objetivo de chegar um dia a luta pelo poder , e para isso é necessário crescer, ganhando outros militantes. Por este motivo é necessário que nossas idéias sejam conhecidas por outros ativistas. O nosso jornal é o principal instrumento de divulgação de nossas idéias. Por este motivo todos os militantes do PSTU devem trabalhar com o nosso jornal divulgando-o para outros companheiros.

O partido é sustentado pelos próprios militantes. Não recebemos e não queremos receber dinheiro da burguesia ou de corrupção. É o próprio movimento operário e estudantil que deve sustentar o partido. Isto se faz principalmente através das cotas mensais de cada militante. Todos os militantes cotizam regularmente para o partido , dentro das possibilidades reais de cada um. Anualmente fazemos também campanhas financeiras em que pedimos a colaboração dos ativistas de fora do partido.

O militante do PSTU tem deveres e também direitos completamente diferentes dos filiados ao PSTU. Embora em nosso partido, os filiados sejam muito importantes, são os militantes que decidem as políticas do PSTU.

A relação do filiado com o partido é extremamente flexível. Um filiado recebe o nosso jornal pelo correio, é convidado para as grandes atividades de propaganda (palestras, cursos), assim como é também convidado a se integrar na medida de suas possibilidades em nossas campanhas políticas , como agora com a campanha eleitoral. Caso queira pode participar ou não destas reuniões e atividades, mas não tem nenhuma obrigação de fazê-lo, assim como não está submetido ao centralismo democrático. Caso queira, pode avançar na relação com o patido se tornando um militante. Ou pode permanecer como um filiado, com o grau de integração que achar melhor.

O militante é aquele que participa das reuniões, intervém no movimento de massas com a política do partido, cotiza regularmente e vende os nossos jornais. Funcionam em base ao centralismo democrático Os militantes têm uma dedicação ao partido muito superior a dos filiados, que recebem os jornais e cotizam, mas não participam regularmente das reuniões.

Por este motivo, os militantes são os que votam na política a ser decidida nos congressos partidários. Os que votam nas células qual será a política do PSTU nas frentes de militância. Nisto também existe uma diferença de qualidade entre o PSTU e o PT. No início as convenções petistas eram definidas pela militância que estava nos núcleos. Hoje são os filiados (mobilizados da mesma maneira que os partidos burgueses com kombis e dinheiro) que definem as decisões dos Congressos. Aqui também um programa distinto se apóia em uma forma de organização adequada.

Minha foto



Minha paixão por essa bandeira, meu orgulho por esse partido!


Quem me conhece sabe das inúmeras declarações de amor que já fiz ao Quilombo Urbano especialmente em minhas canções. O Q.U. é pra mim tudo aquilo que P.R.C. também expressa na belíssima canção “Família”. Mas, meus amores e paixões, além de minha esposa, filhos e parentes, não param por ai.

Hoje me orgulho de estar igualmente militando no PSTU do Maranhão, isso não só pelo fato de ser candidato a vice-governador, pois num partido revolucionário ser candidato não é sinônimo de status, é de desafio, mas por saber que estou num partido que honra a minha trajetória de vida e de militância política tanto quanto o Quilombo Urbano honrou ao longo de mais de 20 anos. Como diz meu irmão camarada Marcos Silva “O PSTU não é só um partido da ficha limpa, mas da bandeira também” e é verdade, Marcos.

Numa sociedade onde prevalece o individualismo, como principio supremo do capital, nossos militantes não falam e não aparecem como seres atomizados, não prometem como fazem os “salvadores da pátria”, não dizem “no meu governo eu vou fazer isso e aquilo”. Nossos militantes defendem um programa construído pela experiência e necessidades concretas de nossa classe, um programa que só poderá objetivar-se se a classe trabalhadora tomar de fato como SEU. É isso que me apaixona no PSTU. Meu partido não está acima da classe, assim como nenhum de nossos militantes flutuam acima do partido.

Para nós a palavra "Partido" significa tomar posição pela classe trabalhadora contra a burguesia, significa estar na luta com os negros, com as mulheres e demais setores oprimidos e explorados da sociedade. Partido para nós é coletividade; é o intelectual coletivo de nossa classe. Para os outros, Partido é mesmo sinônimo de colcha de retalho onde prevalece o nome dos candidatos, onde os mais ricos aparecem acima do coletivo, onde o parlamentar não milita, manda, não convence, impõe. No meu partido o “centralismo democrático” é expressão da equidade na coletividade. No olhar camaleônico dos outros Partidos, “povo”, em época de eleição, se transmuta em “eleitores”, para nós o “povo pobre” continua sendo classe trabalhadora.

Os outros partidos disputam votos, ou melhor, compram votos, nós disputamos a consciência de nossa classe. Meus irmãos militantes não sentem vergonha de dizer que são socialistas, não rebaixam o programa e o discurso para ganhar votos. Meu partido é eco-socialista, mas não se alia nem com “Verdes”, nem com “Tucanos” e nem com aquela estrela que capital ofuscou. Meu partido também não aceita dinheiro de empresários, meu partido não é mercadoria.

Tenho orgulho de ser de um partido de muitos intelectuais que humildemente e apaixonadamente defenderam como candidato a presidente da república um operário que nunca frequentou as salas das universidades; em meu partido os “Zés” são respeitados e valorizados. Mas, Zé Maria de Almeida não é um operário qualquer, ele é um daqueles que militou e foi preso juntamente com o ex-operário Lula, que com ele ajudou a fundar o PT e a CUT, mas que diferente de Lula e de muitos outros preferiu abrir mão do PT e da CUT a abrir mão da defesa dos interesses da classe trabalhadora. Meu partido no Maranhão também tem um candidato a governador que é “peão”, que pra burguesia é “osso duro de roer”, o camarada Marcos Silva, assim como muitos de nós espalhados pelo Brasil afora. Minha vice-presidente é negra, é nordestina, é maranhense e, acima de tudo, é de luta.

Meu partido é assim, com defeitos, é claro, mas com militantes orgulhosos e apaixonados, um partido que honra a bandeira que empunha por que empunha uma bandeira que tem honrado a trajetória da classe trabalhadora na luta pela construção do socialismo nesse país. Meu partido, repito, é o PSTU.

Hertz Dias- Militante do Quilombo Urbano e candidato a vice-governador do Maranhão pelo PSTU.


Zé Maria em São Luís, programe-se.

Segunda-feira, dia 16

-Tarde: Chegada prevista para as 14:45 no aeroporto de São Luís onde concede entrevista coletiva para a imprensa. Grava entrevista para emissora de TV da capital.

- Noite: Plenária de campanha na sede do partido a partir das 19h

Terça-feira, dia 17

- Manhã: Entrevista em programa de TV

- Tarde: Caminhada e bandeiraço pela Rua Grande com concentração a partir das 15h na Praça João Lisboa

- Noite: Atividade político-cultural a partir das 19h30, no Monte Castelo.


* A sede do PSTU, está localizada na Av.Newton Bello 496, Sala 10, Monte Castelo (próximo a barrigudeira)



sexta-feira, 13 de agosto de 2010

José Maria de Almeida, candidato do PSTU a Presidente, chega a São Luís nesta segunda-feira. (alteração na programação) Confira!

O candidato do PSTU à Presidência da República, José Maria de Almeida, visita a capital maranhense pela segunda vez nesta segunda-feira (16). Ele esteve na cidade no final de maio ainda como pré-candidato. De volta ao estado, o candidato socialista terá uma agenda em São Luís, que inclui entrevistas na imprensa local e caminhada pela Rua Grande na terça-feira. A chegada de Zé Maria está prevista para a tarde de segunda.

Zé Maria irá apresentar os principais pontos do programa socialista de governo. “Nossa principal proposta é romper com o modelo econômico que esta aí, que garante os lucros das grandes empresas, e sacrifica os trabalhadores”, afirma. Além dos candidatos do PSTU ao governo do Estado (Marcos Silva), ao Senado (Noleto e Claudicéa Durans), a professora da UFMA Cláudia Durans, vice de Zé Maria, irá acompanhá-lo nas atividades junto aos trabalhadores da capital.

Abaixo, seguem as atividades do candidato em São Luís.

Segunda-feira, dia 16

-Tarde: Chegada prevista para as 14:45 no aeroporto de São Luís onde concede entrevista coletiva para a imprensa. Grava entrevista para emissora de TV da capital.

- Noite: Plenária de campanha na sede do partido a partir das 19h

Terça-feira, dia 17

- Manhã: Entrevista em programa de TV

- Tarde: Caminhada e bandeiraço pela Rua Grande com concentração a partir das 15h na Praça João Lisboa

- Noite: Atividade político-cultural a partir das 19h30, no Monte Castelo.

Quero democracia nas eleições e na mídia

Às emissoras de televisão

Não queremos que vocês decidam em quem temos de votar. Queremos o direito de ter acesso à informação verdadeira e completa, e não à meia informação que vocês vêm divulgando nessas eleições. A grande mídia fala de três candidatos quando existem nove. Quem são os outros seis? O que defendem?

Concordamos com a carta de Zé Maria. Queremos isonomia na cobertura da imprensa e participação de todos os candidatos nos debates!

Queremos democracia na comunicação e nas eleições!

Noleto, candidato a senador pelo PSTU, defende a extinção do Senado

Dentre as idéias de sua plataforma de campanha, Luiz Carlos Noleto Chaves, candidato a senador pelo PSTU, defende uma proposta inusitada: a pura e simples extinção do Senado no Brasil. Ele acredita que o Senado deve ser extinto para permitir que as poucas leis aprovadas, com muita mobilização da classe trabalhadora, na Câmara Federal não sejam enterradas no Senado.

“O fim do Senado poderá contribuir para a diminuição da corrupção. Aqui no Maranhão, por exemplo, todos os senadores eleitos e seus suplentes que assumiram sempre aparecem em escândalos de corrupção. Além do mais queremos que os bilhões gastos com a manutenção do Senado sejam utilizados para a saúde, educação e transporte de qualidade”, afirma Noleto.

Ele nasceu em Bacabal, tem 47 anos, é pai de quatro filhos. Morou em Imperatriz em grande parte da década de 70 do século passado e reside em São Luís desde 1979. Tornou-se eletricista pelo Senai, hoje é bacharel em Ciências Econômicas pela UFMA. Trabalhou por 10 anos como eletricista na Alumar e participou ativamente na luta dos trabalhadores metalúrgicos, foi segundo vice-presidente do sindicato daquela categoria e diretor da CUT-MA; atualmente integra a Conlutas.

Na UFMA participou do Movimento Estudantil ativamente, como membro do Diretório Central dos Estudantes (DCE). Hoje é funcionário concursado da Assembléia Legislativa no cargo de economista. É um dos fundadores do Sindicato dos Servidores da Assembléia Legislativa – SINDSALEM.

Filiou-se ao PT em 1992, rompendo logo em seguida para ajudar a fundar em 1994 o PSTU. Neste partido já foi candidato a senador (1998), duas vezes vice-governador e vereador, e a prefeito de São Luís (2004). Leia a íntegra da entrevista concedida ao Jornal Pequeno por Luiz Noleto, que expõe suas idéias e linha de raciocício:

Jornal Pequeno – Qual a expectativa do PSTU, do ponto de vista político e eleitoral, em relação às próximas eleições de outubro no Maranhão?
Luiz Carlos Noleto – Entendo que o PSTU já é reconhecido por grande parte dos trabalhadores do Maranhão e, em particular, na grande ilha de São Luís. Estamos presentes nas principais lutas dos trabalhadores deste estado. A participação dos nossos militantes nas greves dos professores para derrubar a Lei do Cão no período do governo Jackson foi importante. Assim como foi também importante nas lutas de enfrentamento contras as políticas de Roseana nos seus oito anos de governos anteriores.
No entanto, temos clareza de que as dificuldades que teremos para confeccionar nossos materiais de campanha e distribuí-los em vários municípios deste estado nos tornaram poucos visíveis nesta campanha. Além do mais a compra de votos, direta e indireta, por parte das três principais candidaturas da ordem poderá nos trazer uma votação não muito alta.
Por outro lado, veremos que a maioria da população rejeitará a candidatura de Roseana, mas ficará dividida entre outras duas que terão o mesmo programa e não representarão mudanças necessárias para trazer melhorias ao nosso povo.
JP – O que representa no atual cenário político do Estado, a sua candidatura ao Senado da República?
Noleto – As candidaturas do PSTU ao Senado terão o objetivo de ser suporte para as lutas dos trabalhadores, para a discussão da necessidade da construção do socialismo. Mas, também queremos fazer o debate sobre a necessidade do FIM do SENADO. Aliás, este será o mote da nossa campanha.
Dos candidatos ao Senado existentes somente nós defendemos o seu fim. O Senado deve ser extinto para permitir que as poucas leis que aprovamos, com muita mobilização, na Câmara Federal não sejam enterradas, a exemplo do Estatuto da Igualdade Racial na atualidade e da LDB no passado.
O fim do Senado poderá contribuir para a diminuição da corrupção. Aqui no Maranhão, por exemplo, todos os senadores eleitos e seus suplentes que assumiram sempre aparecem em escândalos de corrupção. Além do mais queremos que os bilhões gastos com a manutenção do Senado sejam utilizados para a saúde, educação e transporte de qualidade.
Sendo assim, vejo que as campanhas a senador do PSTU terão uma enorme adesão daqueles que desejam o fim do Senado e também a uma candidatura socialista e classista.
JP – Quem são os candidatos a suplente de senador em sua chapa?
Noleto – Maria do Carmo (servidora pública federal aposentada) e Maria Sales (trabalhadora aposentada da indústria de carnes e laticínios, da cidade de Bacabal).
JP – O que se pode dizer sobre elas?
Noleto – Que são duas companheiras lutadoras e que aceitaram ser suplentes de senadora para contribuir com a campanha do Partido. Elas se diferem da maioria dos candidatos a suplentes de senador. As informações que temos de vários suplentes espalhados por este país afora, são grandes empresários milionários que esperam se esconder de futuros processos em instâncias inferiores. Ao contrário delas que são trabalhadoras e com uma história de vida integra e honesta.
JP – Qual sua análise da atual representação do Maranhão no Senado? Cafeteira? Mauro Fecury? Sarney?
Noleto – De todas as formas de representação da institucionalidade burguesa o Senado é a mais nefasta. Criado no Brasil Imperial para servir ao Rei, aos coronéis e aos latifundiários. Hoje não mudou. No Maranhão a coisa fica ainda pior. Estes senhores continuam representando os interesses dos governos de plantão, dos banqueiros, dos latifundiários, dos patrões e da oligarquia.
JP – Que proposta o senhor defende como candidato ao Senado pelo PSTU?
Noleto – Como candidato ao Senado defenderei a EXTINÇÃO daquela Casa. Porém entendo que são necessárias algumas melhorias transitórias que tornaram a vida da nossa classe melhor. Neste sentido, entre outras, defendo a redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais como forma de gerar mais emprego; a aplicação de dez por cento do orçamento público na educação para que a educação pública tenha mais qualidade; resgatar a cultura como direito universal. Ela deve ser tratada como serviço público e financiada pelo Estado de forma ampla, com orçamento próprio e compatível.
Com isso as “leis de incentivo” baseadas na renúncia fiscal, poderão ser abolidas; defesa de todas as formas independentes dos artistas e trabalhadores da arte e da cultura. Isto faria com que os artistas, a exemplo do que acontece aqui em nosso Estado, não fiquem divididos entre dois grupos políticos e usados pelos mesmos; legalizar as drogas para combater a violência. Só a legalização das drogas pode acabar com tráfico, enquanto atividade econômica do crime organizado.
O abuso de entorpecentes é um problema de saúde pública, relacionado a causas sociais e econômicas. A legalização criaria espaço para a regulamentação da venda, prescrição terapêutica, a pesquisa cientifica sobre riscos e controle da composição química das substancias. Também defenderemos o não pagamento da divida. Lula diz que o país teria se livrado da dívida externa. É mentira, pois a divida externa segue existindo e aumentando. Hoje ela está em torno de 280 bilhões de dólares. O que ele fez foi aumentar as reservas do país para se aproximar do montante da dívida externa e assim dizer que “a dívida acabou.
Defendo também uma alteração na legislação eleitoral para que os partidos tenham tempos iguais nas propagandas eleitorais, fim do financiamento privado para partidos políticos etc.
JP – Por que o PSTU preferiu não coligar com nenhum outro partido, para estas próximas eleições?
Noleto – Nós temos clareza de que é necessária a unidade da classe em torno de um programa socialista e no processo de mobilização das lutas diretas. Neste sentido, desde o ano passado vimos fazendo um chamado ao PSOL e PCB nacionalmente para construirmos esta unidade.
Nas mobilizações e na luta direta isto está bem resolvido. Em vários cantos deste país os militantes destes partidos atuam nas principais lutas de nossa classe. No entanto, a dificuldade se encontra na discussão de um programa socialista a ser apresentado no processo eleitoral. Esta diferença se dá principalmente dentro do PSOL.
Para eles a prioridade nas eleições é a eleição de parlamentares e o programa para a revolução socialista está no segundo plano. Para nós é o inverso. Além do que temos divergência quanto ao financiamento de campanha. Nós aceitamos somente as contribuições de nossa classe e da juventude, pois como diz o ditado “quem paga a banda escolhe a música”. Já o PSOL faz concessões para empresários. Em função deste desacordo entre os três partidos em nível nacional, dificultou a aliança aqui no Maranhão.
JP – Qual a posição do PSTU do Maranhão em relação à sucessão presidencial?
Noleto – Basta acompanhar a divulgação das candidaturas pela grande mídia para percebermos quem são os principais candidatos da burguesia. Dilma, Serra e Marina são os autênticos representantes destes senhores. Os programas deles não se diferem. Por isto mesmo eles estão atacando-se, pois não podem se diferenciar programaticamente. Eles chegam ao cúmulo de disputarem quem é o melhor mantenedor da Bolsa Família, uma ajuda de miséria oferecida ao povo pobre, em contrapartida existe uma Bolsa banqueiro que gira em torno de bilhões de reais.
Por isto, apresentamos a candidatura do companheiro Zé Maria para presidente e da maranhense e também companheira Cláudia Durans. É preciso discutir os problemas do nosso país pela raiz e na ótica da classe trabalhadora.
JP – Como o senhor avalia as demais candidaturas ao Senado: Lobão, João Alberto, Vidigal, Zé Reinaldo, Roberto Rocha, Professor Adonilson etc?
Noleto – Os quatro primeiros são crias e apêndices da oligarquia Sarney. Se eleitos servirão aos interesses dos poderosos e, com certeza, votarão contra os interesses dos trabalhadores. Adonilson era um crítico do PCdoB, principalmente quando este partido integrou a o Governo de Roseana. Se eleito votará orientado pelo governo de Dilma, portanto também contra os trabalhadores.
JP – Como o senhor avalia a candidatura da governadora Roseana Sarney à reeleição?
Noleto – Os sucessivos governos de Roseana sempre estiveram a serviço do grande capital e do agronegócio, portanto, ela sempre governo contra os trabalhadores de maneira geral e, em particular, contra os trabalhadores rurais, além de que seu governo sempre serviu ao enriquecimento de sua família, inclusive com o apoio de Zé Reinaldo. Neste sentido, achamos que a classe trabalhadora deve dizer NÃO à reeleição de Roseana.
JP – E as candidaturas ao governo de Jackson Lago, Flávio Dino, Saulo Arcangeli etc?
Noleto – Assim como não queremos a volta de Roseana, entendemos que as candidaturas de Jackson e Flávio Dino não farão as verdadeiras transformações necessárias aos interesses dos trabalhadores e também não são capazes de livrar o nosso povo da oligarquia Sarney. Haja vista o desastre que foi o governo Jackson Lago no tempo em que governou nosso estado. Também o PCdoB de Flávio Dino não é a alternativa de mudança, pois já governou quase por oito anos junto com Roseana. Quanto ao companheiro Saulo, é um lutador, estamos juntos construindo a Conlutas – Central Sindical Popular e Estudantil.
JP – Que avaliação o senhor faz da recente pesquisa da Escutec sobre os candidatos ao Senado e ao governo do Maranhão?
Noleto – De maneira geral os institutos de pesquisa não erram nos resultados apresentados. É possível que os pesquisadores visualizem corretamente o momento eleitoral. Porém as pesquisas são feitas por amostragem. Neste sentido se eu quiser que um candidato “A” tenha um percentual maior de votos na pesquisa, só preciso orientar que os pesquisadores vão a um determinado grupo específico que ele seja bastante reconhecido.
O grande mal da pesquisa é que aplicada a metodologia descrita acima ela acaba induzindo alguns eleitores mal informados para o candidato “A”. Na maioria das vezes é isto que acontece. No caso do Maranhão, na última eleição, isto não surtiu muito efeito.

- Pelo fim do Senado, Noleto 163