sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Enem e Greve dos Correios: Duas batalhas, um só inimigo!

Por Dayana Coelho e Gabriel Felipe


Você é um estudante que vai fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) esse ano. Espera ansiosamente pela prova e pela oportunidade de concorrer a uma vaga em uma universidade, faculdade ou institutos federais. Muitos de vocês já estão se preparando há muito tempo, outros pagaram a inscrição com muito custo e as dúvidas sobre que curso escolher ainda são recorrentes.

Além das costumeiras dúvidas dos estudantes a respeito da prova, do conteúdo programático, das vagas disponíveis nas faculdades e universidades, mais um fantasma ronda a prova desse ano: a greve nacional dos trabalhadores dos Correios.

Só que você também lembra que essa não seria a primeira prova a causar transtornos para estudantes e universidades. Desde 2009, quando o SISU/NOVO ENEM passou a selecionar os candidatos para as vagas da maioria das universidades e institutos técnicos federais, muitos foram os escândalos envolvendo a prova. Logo em 2009 as provas foram roubadas do interior da gráfica responsável pela impressão das mesmas. Já em 2010 o problema foi a impressão dos Cadernos de Prova Amarelos, grafadas incorretamente no Cartão de Resposta o que resultou, depois de uma exaustiva batalha judicial, na repetição da prova apenas para o dia e para as provas dos candidatos que apresentaram problemas.

Esse ano a grande mídia já começou a procurar culpados para um possível adiamento das provas: os trabalhadores dos Correios! Desde o dia 14 de setembro a categoria está em greve e reivindica aumento salarial, melhores condições de trabalho, além de contratação de mais servidores. Além disso, no final de agosto os senadores aprovaram a Medida Provisória 532, feita pelo governo Dilma que vai transformar a estatal Empresa de Correios Telégrafos (ECT) em Sociedade Anônima (S.A), ou seja, a partir do momento em que a MP for sancionada, os Correios assim como qualquer outra empresa de Sociedade Anônima estarão apenas preocupados com o lucro. Dessa forma, serão privilegiados investimentos em regiões rentáveis, haverá precarização das condições de trabalho (com empregos sem garantias sociais), rebaixamento dos salários dos trabalhadores e liquidação de direitos. Ou seja, motivos para a luta dos trabalhadores dos Correios é o que não falta!

A greve vem sendo duramente atacada e criminalizada pela mídia de maneira a marginalizar o processo grevista perante a sociedade e os estudantes.

Os trabalhadores estão corretos em buscar melhores condições e impedir a privatização, do mesmo modo que os estudantes reivindicam por mais investimentos na educação e democratização das universidades! O Governo sim é o principal responsável caso haja atraso no ENEM e não os trabalhadores: primeiro por sua intransigência e autoritarismo se negando a negociar com a categoria, o que só aumenta a revolta dos trabalhadores e aprofunda a greve; segundo porque é de sua responsabilidade fazer com que os estudantes tenham acesso aos cartões de confirmação de matrícula seja pela entrega alternativa, seja disponibilizando terminais de impressão dos cartões nas escolas, Secretarias de Educação ou espaços freqüentados pelos estudantes.

Os estudantes contestam esse novo método de ingresso nas universidades que, longe de democratizar o acesso, tornou a concorrência muito mais agressiva e desigual. Também contestam as condições das universidades públicas brasileiras, defendem um verdadeiro projeto de expansão e democratização do ensino alternativo ao REUNI, os 10% do PIB já para a educação, com mais investimentos em infra-estrutura e assistência estudantil e abertura de concursos públicos.

Chamamos a juventude a apoiar a greve dos trabalhadores dos Correios e reforçar a importância dessa luta!

Todo apoio à greve dos trabalhadores dos Correios!
Pelo veto à MP 532!
Preenchimento imediato das vagas ociosas! Revogação do Sisu/Novo ENEM já!
Democratizar o acesso expandindo vagas com investimento! Assistência Estudantil: moradia, bolsa e bandejão para que todos possam estudar!
Pelo verdadeiro fim do vestibular! 10% do PIB já para a Educação!


quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Juventude do PSTU convida


A juventude pobre e trabalhadora sente na pele as consequências da exploração capitalista. Acreditamos que temos papel fundamental para a transformação dessa sociedade, tivemos ai exemplos de lutas em várias partes do mundo provando que nada é impossível de mudar. As revoluções no mundo árabe, as mobilizações na Europa e no Chile foram verdadeiras lições para nossa geração.
Somos jovens que acreditamos na construção de uma sociedade sem desigualdade, por isso nos organizamos em um partido revolucionário.
Assim, convidamos todos e todas para discutir sobre as tarefas da juventude e a necessidade de organização frente a crise do capitalismo!!


Que dia? 29/09
Onde vai ser? Sala de vídeo CCSO/UFMA
Que horas: 17:30h

A luta das mulheres e o direito ao aborto!


Lourdimar Silva - PSTU-MA


O tema do aborto esteve bastante debatido e colocado a prova no último processo eleitoral onde duas mulheres chegaram a disputar a presidência da repúlbica. Esse fato porem não representa grande avanço na luta pelo direito das mulheres, mas sim um retrocesso, como por exemplo, na luta pelo no direito ao aborto.

O aborto inseguro é a principal causa da morte materna na América Latina. Em 2010, cerca de 21% das mortes maternas devem-se às complicações do aborto inseguro. No Brasil ocorrem cerca de 750 mil a 1,5 milhões de abortos clandestinos ao ano e uma em cada 7 mulheres de até 40 anos, já abortou. A prática do aborto hoje é realidade para muitas mulheres no Brasil, sejam elas jovens, de mais idade, são mães, nunca tiveram filhos, são casadas, solteiras, religiosas, não possuem religião. O que se percebe, porém, e que é revelado pelas estatísticas, é que a maioria dessas mulheres que morrem por complicações vindas de abortos inseguros são pobres e negras.

Todas essa mulheres fazem o aborto na clandestinidade, mas somente uma minoria está segura de que não correrá riscos de morrer na tentativa.

Segundo a Pesquisa Nacional do Aborto, cerca de metade das mulheres que fizeram aborto recorreram ao sistema de saúde pública e foram internadas por complicações relacionadas ao aborto. Boa parte dessa internação poderia ter sido evitada se o aborto não fosse tratado como atividade clandestina e o acesso aos medicamentos seguros para aborto fosse garantido.

Isso é reflexo de uma sociedade que penaliza o aborto e ao mesmo tempo penaliza a maternidade, em um contexto em que se reflete a lógica dessa sociedade, a lógica de acesso aos direitos apenas para quem pode pagar. O preço de um aborto seguro chega a mais de R$6 mil. O capitalismo e seus governos não estão preocupados com as mulheres pobres, que moram nas favelas, periferias e que se encontram nos postos de trabalhos mais precarizados, sustentando os lucros da burguesia.

E a mulher que se encontra penalizada pela realização do aborto, criminalizada, que não encontra condições mínimas de acesso a maternidade, é a mulher da classe trabalhadora, que sofre diariamente a exploração capitalista.

O capitalismo nos impõe que as mulheres so serão realizadas com a maternidade, porém nos nega o direito à maternidade plena, sem um sistema de saúde público de qualidade. Dessa forma faz com que as mulheres que dependem desse sistema morram nas filas dos hospitais, não garantindo anticoncepcional gratuito e de qualidade nem educação sexual nas escolas. A criminalização do aborto é mais uma forma de violência contra as mulheres

Neste dia 28(Dia latino-Americano e Caribenho de luta pela legalização do aborto), entendemos como tarefa propagar a luta que defende as mulheres que morrem ou ficam com seqüelas porque a prática do aborto é criminalizada. Defendemos a legalização do aborto para preservar a vida das mulheres trabalhadoras.

O Estado deve garantir o investimento em saúde pública, educação sexual nas escolas e contraceptivos gratuitos de qualidade com orientações sobre os métodos contraceptivos e o aborto legal para que as mulheres que optem pelo aborto possam fazer de forma gratuita e segura.

O sistema capitalista se mostra incapaz de atender as necessidades dos trabalhadores e trabalhadoras. É um sistema que trata as vidas das mulheres como objeto, lhes retirando o direito de decidir sobre seu próprio corpo. Só teremos a liberdade para homens e mulheres quando a classe trabalhadora tomar pra si o controle da sociedade.

Essa é uma luta de homens e mulheres trabalhadores.

Pelo direito ao aborto legal, livre, seguro e gratuito, garantido pelo Estado!

Educação sexual para não engravidar e aborto legal, gratuito e seguro para não morrer!


sábado, 24 de setembro de 2011

Ato marca entrada de ex-militantes do PSOL no PSTU


O dia 22 de setembro de 2011 entra para a história de nossa organização política com a oficialização do ingresso do Coletivo Ação Comunista (CAC) no PSTU. Um ato público realizado no auditório do Sindicato dos Bancários do Maranhão reuniu nesta quinta-feira dezenas de militantes e simpatizantes do PSTU e do antigo CAC para celebrar o final do processo de fusão das duas organizações.

O clima entre os presentes era de confraternização e muita alegria pela unificação. A mesa de abertura do ato contou com a presença dos companheiros Marcos Silva, Cláudia Durans e Eloy Natan pela direção estadual do PSTU, Saulo Arcangeli, Dolores e Rogério pelo antigo CAC e do presidente nacional do PSTU, Zé Maria de Almeida. Todos destacaram o fortalecimento do PSTU com a entrada dos valorosos companheiros que romperam com o PSOL no início do ano.

Agora militantes de diversas gerações, desde aqueles que experimentaram da construção e degeneração da CUT e do PT aos mais novos que hoje reconstroem um projeto de organização dos trabalhadores e da juventude independente dos patrões e do governo com a CSP Conlutas e a ANEL estão finalmente reunidos numa só organização partidária.

A vinda dos companheiros se deu após um amplo debate sobre concepção e estratégia partidária ocorrido conjuntamente com os debates de pré congresso do Partido. A militância conjunta na Conlutas e depois na CSP Conlutas ajudou muito a reforçar os laços entre as duas organizações e foi fundamental para a vitória do processo.
Mais do que nunca a esquerda socialista se fortalece. Ao final, todos cantaram a Internacional.





sábado, 17 de setembro de 2011

Após romper com o PSOL, grupo do Maranhão anuncia entrada no PSTU. Leia entrevista

‘Nossa perspectiva é que o PSTU se fortaleça como referência de esquerda no Maranhão’


Do site do PSTU Nacional


• No início do ano um grupo de 49 militantes do PSOL, organizados no grupo CAC (Coletivo de Ação Comunista), divulgou um manifesto em que anunciava sua saída do partido. A ruptura se deu após embates entre o grupo e a direção nacional da sigla, que chegou a intervir no estado para impor a filiação de ex-petistas no partido. Nos meses que se seguiram o grupo se aproximou do PSTU e, após uma série de debates, resolveu por se filiar ao partido, processo que se oficializará em um ato público no próximo dia 22.

O Portal do PSTU conversou com Saulo Arcangeli, dirigente do CAC, ex-candidato do PSOL ao governo do Maranhão, que explicou as desavenças com o antigo partido e as bases em que se deram a aproximação e a entrada no PSTU.

Explique como se deu o processo de ruptura do grupo com o PSOL
Saulo Arcangeli Estávamos num grupo de 49 companheiros, pessoas do movimento popular, professores, servidores públicos que realmente construíram o partido e ficamos sete anos verificando que o PSOL passou por um processo de degeneração muito rápido. É um partido que não segue o seu programa, não tem uma estratégia socialista, que buscou nesses anos só via institucional, e que abandonou as lutas. Então foram sete anos de embate e o processo de desgaste foi acelerado por uma intervenção da direção nacional para a imposição da filiação de ex-petistas. Foi um processo em que fizemos uma discussão estadual e que a direção nacional não respeitou, já que a direção estadual, após um processo em que garantiu ampla defesa, votou pela impugnação desses filiados, de acordo com estatuto do partido. Mas a direção nacional resolveu garantir a filiação, passando por cima da direção estadual. Sem nenhum processo de diálogo, sem nenhum critério para a filiação. Então, a gente viu que o processo de degeneração do PSOL acabava de se completar. E achamos a partir daquele momento que não tínhamos mais espaço no partido. Um grupo com o qual dialogávamos nacionalmente também ratificou essa posição da direção nacional e para a gente acho que não tinha mais como nos manter no partido e resolvemos sair coletivamente no partido.

E o que vocês fizeram após a ruptura? Como foi a aproximação com o PSTU?
Os próprios companheiros da direção estadual e da direção nacional do PSTU nos procuraram e nós abrimos o diálogo. Criamos uma coordenação estadual do nosso grupo ao qual pertencíamos com a direção do PSTU, e realizamos dois seminários. Um companheiro da direção da LIT viajou até o Maranhão para fazermos uma discussão sobre a conjuntura internacional, e um companheiro da direção do PSTU discutiu com a gente a questão nacional. Depois continuamos mantendo o processo de unidade nas lutas, e continuamos discutindo, inclusive textos do pré-Congresso do partido. E aí em uma segunda etapa discutimos a questão da organização, concepção de partido, e a partir desse segundo seminário, nos reunimos e deliberamos nossa entrada coletiva no partido como grupo, já que vínhamos discutindo como grupo. E isso abre um processo importante no estado, que são companheiros lutadores importantes no estado do Maranhão que vão entrar no PSTU e algumas outras pessoas que nem eram do partido nem do CAC mas que também se aproximaram, porque viam que eram o único partido de esquerda no estado. Então é um processo contínuo. Vamos ter nosso ato de filiação no próximo dia 22 de setembro, o companheiro Zé Maria vai estar presente. Vamos ter uma plenária conjunta onde concordamos também em aprovar uma direção paritária do partido, nucleando as pessoas.

E quais foram os principais pontos decisivos para a entrada de vocês no PSTU?
No Maranhão nós já tínhamos uma proximidade com o PSTU nas lutas, mesmo quando estávamos no PSOL, principalmente através da CSP-Conlutas. Algumas questões que tínhamos discordância nós fizemos o debate, sabemos que é uma experiência nova, tanto para quem está entrando como para os companheiros que já estavam no PSTU. Mas eu acho que foi um processo de diálogo e debate muito importante, tanto do ponto de vista teórico, ideológico, como de concepção de partido. Tínhamos já muitos acordos, o que facilitou isso, e os seminários também serviram inclusive para melhorar o diálogo.

E como se deu a discussão em termos de organização?
Nós vínhamos de tradições diferentes, alguns do PT, outros do PSOL mesmo, sabemos que o PT e PSOL, como organização, aceitam as tendências e as frações permanentes. Esse foi um ponto que a gente colocou bastante no debate. Também debatemos a importância do centralismo democrático. Nós sabemos que a existência de frações e tendências o tempo todo dentro do partido foi um processo que acabou com o PT e que transformou o PSOL no que é hoje. Vira mais uma disputa de tendência pela hegemonia do partido, que priorizava mais a discussão interna pra ver quais as tendências que tinham mais poder interno e abandonou a luta. Foi importante esse diálogo para ver como funciona o PSTU. Outra questão é o nucleamento. A gente sabe que no PSOL também tinha os núcloes, mas que era algo muito frouxo, não tinha a organicidade que a gente vê no PSTU. É diferente, a pessoa entra e já organicamente tem que participar de um núcleo, é um processo importante de fortalecimento que a gente não tinha realmente no PSOL. Então, as dúvidas foram tiradas, tivemos dois dias de debates profundo sobre isso e as pessoas se convenceram na entrada no partido.

Quando vocês estavam no PSOL, já tinham essa preocupação em relação às tendências, ou foi algo que vocês foram percebendo com a dinâmica desse partido?
Nós tínhamos uma preocupação com as tendências que vieram do PT, sabíamos que poderia ser da mesma forma com o PSOL. Não tínhamos uma visão de que essas correntes iriam transformar o PSOL no que foi transformado. Seria mais um processo de debates, mas acabou acontecendo a mesma coisa. Então foi mais uma experiência para demonstrar a dificuldade de um partido com tendências e frações permanentes. A gente sabe que no PSTU, durante o período congressual há a liberdade de se atuar em tendências, mas que ao final do congresso todos tem que seguir a definição votada pela maioria. Isso não acontecia no PSOL. A presidente do partido, após uma votação do partido, tomava outra decisão. Então, a gente viu que isso não avançou e não fez crescer o PSOL como uma alternativa revolucionária, uma alternativa socialista para esse país.

E por que você acha que isso aconteceu com o PSOL?
Isso aconteceu porque o PSOL veio com os erros cometidos pelo PT e os aprofundou ainda mais. O partido buscou privilegiar a via institucional. Os congressos do PSOL quase que nunca chegavam ao final, tal era a disputa de tendência em quem ia comandar o partido. Abandonou as lutas reais, as lutas sociais, que inclusive está proposto em seus estatutos, em seu programa. Com isso, essa institucionalização, essa burocratização do partido e essa via apenas eleitoral, foram os fatores que acabaram hoje fazendo com que o partido fosse cada vez mais definhando. Com um processo de inchaço, sem qualquer critério para filiação, isso vem ocorrendo em nível nacional.

Qual a importância que você vê na construção de um partido revolucionário, principalmente no Maranhão que é governado por uma oligarquia extremamente reacionária?
O problema lá é que alguns partidos que se dizem de esquerda aproveitam parte dessa oligarquia. Mas é um estado em que se poderia ter um partido realmente de esquerda, com influência de massas. A proposta inclusive do PSTU no Maranhão é fortalecer o partido não só na capital, mas também nos municípios. É uma realidade muito difícil, com uma população extremamente pobre, com os piores indicadores tanto em Educação como em Saúde. É um estado realmente em que não é fácil fazer a luta, vivemos uma realidade em que o capital está vindo com muita força, chegando para expulsar os trabalhadores. Algumas empresas estão chegando, como as de Eike Batista que vem explorar o petróleo, o gás, minérios, e com isso tenta expulsar os trabalhadores das terras, as comunidades quilombolas, os indígenas, ribeirinhos. O agronegócio também está vindo com muita força. Em algumas regiões só há eucaliptos, a Suzano chegou e pegou grande área do estado para plantar eucaliptos. A especulação imobiliária também está expulsando o pessoal da área urbana. Então hoje temos várias lutas e é importantíssima a intervenção de um partido político que esteja inserido nessas lutas. Não que vá interferir na linha do movimento, mas que é importante se inserir inclusive para dirigir nesses momentos de embate contra o capital.

Um processo de fusão como esse ocorre não só por acordos políticos e estratégicos, mas também através de uma relação de confiança entre os militantes, como isso ocorreu?
Exatamente. Foi um processo bem transparente, nos debates colocamos posições inclusive divergentes. Esses momentos serviram para mostrar a sinceridade nos debates, todos colocaram sua posição e todos amadureceram muito politicamente. Esse processo foi muito importante inclusive para a decisão da entrada no PSTU. No início nem todos queriam militar nesse momento em outro partido, mas foi o amadurecimento do debate que convenceu esses companheiros. E abre um processo importante de discussão com alguns companheiros que podem entrar futuramente.

Qual é a sua expectativa no PSTU?
Temos uma expectativa muito boa, sabemos que nesse primeiro momento vamos estar vivenciando e conhecendo o partido. É uma etapa importante, que a gente precisa manter sempre o diálogo. E a nossa perspectiva é que o partido cresça, se torne uma referência importante de esquerda no Estado, já é inclusive uma referência, mas que se fortaleça, porque hoje no Maranhão só temos o PSTU como partido de esquerda. O PSOL passa por esse processo cada vez mais de direitização e o único partido que pode cumprir esse papel de esquerda no estado realmente é o PSTU, porque precisamos de um enfrentamento muito grande com o capital lá.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Plenária prepara luta por concurso público no Maranhão




No dia 15 de setembro (quinta-feira) ocorrerá uma plenária para organizar a luta pela realização de concurso público no estado. O objetivo é unificar diversos setores e entidades na luta por mais concursos públicos e convocação dos excedentes em seleções já realizadas.

“É preciso dar um basta nas terceirizações e garantir a ampliação e a qualidade dos serviços essenciais prestados pelo Estado” afirma Eloy Natan, presidente estadual do PSTU no Maranhão. A campanha deve ser abraçada por todos aqueles envolvidos nesta questão: Sindicatos, concurseiros, excedentes que aguardam convocação, entre outros.

Até hoje, a luta por concurso público se encontra bastante fragmentada, com ações localizadas por categoria profissional ou ações individuais na Justiça. Precisamos nos unir para aumentar a pressão sobre os governantes. Contamos com a presença de todos com sugestões na quinta-feira, dia 15, na primeira reunião.


Local: Sindicato dos Bancários, Rua do Sol, 413/417 Centro
Horário: 19 horas
Data: 15 de setembro (quinta-feira)

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Por uma segunda independência


ZÉ MARIA
Presidente nacional do PSTU e ex-candidato a Presidência da República
 
 No dia 7 de setembro, dia da independência, há desfiles militares, declarações dos governos e muitas outras cerimônias solenes. Mas o Brasil é verdadeiramente independente? 

Como falar de uma verdadeira independência se a economia brasileira nunca foi tão dependente? Cerca de 60% das empresas brasileiras estão nas mãos de estrangeiros. As multinacionais controlam os setores de ponta da indústria, como indústria automobilística, alimentos e bebidas, eletroeletrônico, farmacêutico, indústria digital, petroquímica, telecomunicações. Avançaram muito em setores em que antes não existiam ou eram fracas como na construção civil, campo, comércio varejista e bancos. 

Como falar de independência se metade de tudo o que o país arrecada em impostos e taxas é entregue aos bancos nacionais e estrangeiros? O governo Dilma está entregando neste ano R$ 954 bilhões de reais (49,15% do orçamento federal) aos bancos como pagamento da dívida pública. No orçamento previsto para 2012, já se prevê pagar R$ 1,02 trilhão (47,9%) do orçamento. Para que se tenha uma idéia, o pagamento de todos os salários do funcionalismo corresponde a apenas 9,59% desse orçamento. 

É como se um trabalhador fosse obrigado a entregar metade de tudo o que ganha todos os meses a um banco. Toda a vida desse trabalhador estaria determinada pelo pagamento dessa dívida. É o que se passa com nosso país. Trabalhamos, mesmo sem saber disso, para enriquecer ainda mais os bancos nacionais e estrangeiros. E são esses bancos que determinam a política econômica do governo. Não é por acaso que o Brasil tem as mais altas taxas de juros de todo o mundo. 

Como falar de independência se tropas brasileiras ocupam militarmente o Haiti. Essa ocupação foi "pedida" por Bush (quando era presidente dos EUA) a Lula. As tropas não cumprem nenhuma função "humanitária", como é divulgado. Desde que começou a ocupação militar não existem notícias de qualquer melhoria na área de saúde, educação ou de saneamento. Na verdade, os soldados ajudam a sustentar um plano econômico a serviço das fábricas norte-americanas têxteis instaladas nesse país, que pagam R$ 110 por mês de salários. As greves são reprimidas pelas tropas de ocupação, dirigidas por soldados brasileiros. Como dizia Lênin, não pode ser livre um país que oprime outro país. As tropas brasileiras oprimem o povo haitiano a serviço da exploração norte-americana.

Não se pode comemorar o 7 de setembro como a "independência do país". O que se deve fazer é chamar os trabalhadores e a juventude a lutar por uma segunda e verdadeira independência, a libertação do país do domínio imperialista.

Do site nacional do PSTU

Manifesto contra a corrupção


Juventude do PSTU

265 votos para absolver Jaqueline Roriz
40 bilhões no bolso dos corruptos
Salário de 26,7 mil para os deputados
2,98 % do orçamento para educação
Até quando?

A juventude se levanta em várias partes do mundo provando que nada é impossível de mudar. As revoluções no mundo árabe, as mobilizações na Europa e no Chile foram verdadeiras lições para nossa geração.

Neste dia 7 de setembro, o assunto que atraiu a simpatia de milhares no facebook foi a corrupção. Nos primeiros meses de governo Dilma caíram quatro ministros. A oposição de direita não tem moral para falar nada, já que o PSDB e o DEM estão cheios de casos iguais ou piores. Mas os políticos, banqueiros e empresários estão muito satisfeitos, lucraram como nunca nos últimos anos.

Nas periferias e nas favelas, a juventude pobre e trabalhadora sente na pele as dores de viver num país tão desigual. O salário mínimo é R$ 545,00. A saúde pública é uma vergonha. A educação de qualidade é para poucos, 25,5 milhões de brasileiros são analfabetos funcionais. Os ônibus, trens e metrôs são caros e lotados. Agora, até o futebol vai ficar inacessível com a diminuição dos estádios e o encarecimento dos ingressos... Mas sediar a copa não era para o mundial ficar mais acessível para o brasileiro?

Era. Do mesmo jeito que era pros governantes se preocuparem com as questões sociais, era pro dinheiro arrecadado ser investido em saúde, moradia, educação, era para o crescimento econômico significar melhoria das condições de vida. E nas crises econômicas, era para os bancos e empresas perderem dinheiro, mas até na crise eles ganham dinheiro.

Entra governo, sai governo, tudo continua igual. Há uma lógica em tudo isso: as grandes empresas financiam as campanhas eleitorais, depois ganham uma licitação aqui e uma obra superfaturada ali. Era “só isso” que fazia Jaqueline Roriz e é tudo isso que fazem os outros 265 que votaram pela absolvição dela.

Corrupção e capitalismo andam de mãos dadas
Seja pelos mecanismos ilícitos ou pelos mecanismos legais, o Estado é governado para uma minoria. A corrupção é o mecanismo ilegal de transferência de dinheiro do povo para um punhado de senhores. O pagamento da dívida pública é o mecanismo legal. Muita gente acha que se há uma dívida, é preciso pagar, mas o que poucos sabem é que esta dívida já foi paga inúmeras vezes e não para de crescer. Em janeiro de 2003 o Brasil devia 898 bilhões. Nos últimos oito anos o país pagou cinco vezes este valor.

E agora em 2011? Continuamos pagando e continuamos devendo. Neste ano, o Brasil vai pagar 954 bilhões de reais. 44,9% do orçamento e ainda estamos devendo 3 trilhões. Nessa lógica vamos pagar e dever para sempre. Essa não é uma dívida normal, é um mecanismo de transferência de dinheiro para os banqueiros, uma forma institucional de tirar dinheiro da maioria para beneficiar uma ínfima minoria.

É hora de perder a paciência com a farra dos políticos corruptos, dos banqueiros e dos grandes empresários:

* Faxina de verdade é prisão e confisco dos bens dos corruptos e corruptores.

* Contra o aumento do salários dos vereadores, deputados e políticos. O salário deles tem que ser o mesmo do trabalhador brasileiro.

* METADE do orçamento vai para os banqueiros. Isso não pode continuar. Não ao pagamento da dívida interna e externa.

* O governo tem que pagar sua dívida com os trabalhadores e o povo pobre. Dinheiro para saúde e educação já.

* 10% do PIB para educação pública já.

Juventude do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado – PSTU
facebook.com/juventudedopstu
juventude@pstu.org.br

Quem somos nós?
Existe um grande descrédito nos políticos e nos partidos em geral. Nós compreendemos isso e também rechaçamos os partidos corruptos e os políticos que fazem tudo por dinheiro. Mas não podemos concluir que, para criticar esses partidos, a saída é negar o direito das pessoas de se organizarem partidariamente. Nem todos os partidos são corruptos.

Nós não temos nada a ver com os grandes partidos e os deputados que aumentaram seus próprios salários. Há alguns, bem poucos é verdade, que defendem um projeto alternativo de sociedade. O PSTU é um deles.

Somos um partido socialista e revolucionário, composto por jovens e trabalhadores que querem lutar pela construção de um mundo melhor livre da exploração e da opressão.