quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Uma Criança Chamada Pinheirinho, Um Monstro Chamado Alckmin

Por Hertz Dias


Pinheirinho é uma criança negra de oito anos de idade filha de trabalhadores sem-tetos que residem em uma ocupação localizada na região de São José dos Campos, São Paulo. Segundo as crendices populares, Pinheirinho é protegido por deuses e santos proletários. Alckmin, por sua vez, é um monstro, um monstro protegidos por demônios de toga, um monstro demolidor de sonhos proletários, um monstro criado em laboratório para proteger os castelos de platina.




Cada vez que uma ocupação é demolida, que um morro é ocupado ou que um pobre é assassinado pela polícia, o monstro Alckmin se agiganta, é assim que ele sobrevive. No entanto, para continuar mantendo seu status de demolidor de sonhos proletários, a cúpula do inferno de platina deu um ultimato ao monstro Alckmin: ele teria que por fim a vida do aguerrido Pinheirinho.




Admiradores confessos de Pilatos, os playboys e as dondocas dos castelos de platinas das redondezas da ocupação temem que Pinheirinho seja uma espécie de menino Jesus negro protegido por magos favelados, uma ameaça em potencial aos especuladores imobiliários da região. O monstro Alckmin, obediente a cúpula do inferno de platina, não pensou duas vezes e saiu à captura de sua preza, era madrugada de domingo. Porém, antes de deixar seus aposentos sombrios, Alckmin ainda releu algumas passagens do livro Mein Kampf (Minha Luta) de Adolf Hitler. Nesse dia Pinheirinho quase não dormiu, seus sonhos eram lampejos de maus pressentimentos. Já o monstro Alckmin caminhava completamente tomado pelo ódio de classe, embriagado pelo racismo, vomitando calúnias e protegido pela grande imprensa que pactuou com a cúpula em distorcer tudo que viesse a comprometer a ação maligna de Alckmin.




Os estragos foram indescritíveis. Os pais, parentes e amigos de Pinheirinho resistiram, tentaram impedir que o pequeno garoto fosse sequestrado, mas o monstro foi impiedoso e deixou pelo caminho um rastro de destruição, sangue, sofrimento e mortes. A mídia recortou os fatos para esconder a tragédia, as direções dos hospitais silenciaram sobre o número de mortos e feridos, enquanto Alckmin lavava suas mãos sujas de sangue em uma bacia prateada.


Desolados, os deuses proletários se reuniram, mas nada puderam fazer. São Cosme e São Damião esgotaram suas energias na tentativa de proteger Pinheirinhos. Sem alternativa celestial, os deuses proletários chegaram à conclusão que somente os seres humanos, os simples mortais de carne e osso pertencente à classe trabalhadora poderiam resgatar Pinheirinho das garras do maldito monstro Alckmin.




Resolveram mandar um sinal que brilhou no céu de todos os estados brasileiros e de muitas regiões do mundo dizendo Pinheirinho ainda está vivo!. Os deuses, quem diria, aprenderam e agora tentam ensinar que a força mais poderosa da humanidade provém da unidade e da solidariedade daqueles que produzem as riquezas que sustenta esse mundo, a classe trabalhadora. Mas, contudo, continuarão rezando para que a graça dos pobres prevaleça ante a desgraça emana dos ricos.




Observando isso, o monstro Alckmin e toda a cúpula do inferno de platina ficaram preocupados, pois descobriram também que a medida que o povo pobre de todo o Brasil se mobilizar a liberdade de Pinheirinho se tornará uma realidade e milhares de outros pinheirinhos poderão surgir país a fora.




Na real, o desfecho dessa saga depende da ação concreta e imediata de cada um de nós.




VIDA LONGA A PINHEIRINHO, CADEIA PARA ALCKMIN!