segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Lutas, ocupações e manifestações marcaram o ano no Maranhão



Por Nelson Júnior
da Juventude do PSTU

Sem sombras de dúvidas, as lutas de 2013 abalaram a estabilidade política que vivia o país desde a época das “Diretas Já” no Brasil. Foi um ano onde as manifestações se chocaram contra os governos do PT/PMDB e toda a sua base aliada, além de empresários e grandes corporações, como a rede Globo.
No Maranhão, a Família Sarney que comanda o estado há meio século teve que mudar toda sua postura política frente às mobilizações de junho que questionaram seu governo. Tanto é que todas as manifestações, até as recentes do mês de novembro tinham como destino final a Praça Pedro II, onde fica a sede política do Governo, o Palácio dos Leões.

Um estado empobrecido!

Todo maranhense está cansado das piadas que são colocadas quando viajamos para outros estados. A famosa frase que o “Maranhão é a terra dos Sarney’s” ganha uma conotação trágica se não fosse ao mesmo tempo cômica.  A situação de miséria que se encontra o nosso povo é fruto de intenso e longo processo de apropriação da receita que é gerada pelo trabalho da classe trabalhadora maranhense e pelo uso indevido e irresponsável dos recursos naturais de nossas terras, que enche os bolsos dessa tradicional família da oligarquia brasileira.
Os dados do próprio governo mostram que as principais economias do estado (minério e soja) tiveram relativa estabilização e/ou queda na exportação, como é o caso do minério de ferro. Até a Refinaria Premium da Petrobrás teve redução no andamento da obra e na conclusão dos projetos[1]. Esta é uma das obras faraônicas do governo do Maranhão e a promessa de grandes empregos ao trabalhador maranhense. Mas pelo visto ficaremos só nas promessas.
As propagandas do governo de Roseana Sarney (PMDB/PT) de que o estado vai muito bem se choca com a realidade dos últimos meses na segurança pública estadual, nas condições de trabalho, na educação e saúde e também no IDH que segue em um dos últimos lugares, conforme última pesquisa da Organização das Nações Unidas. A crise do sistema prisional e falta de investimento em escolas no estado são as principais notícias veiculadas nos últimos meses na imprensa nacional.
A condição de vida da população, principalmente das mulheres e dos negros tem piorado. Os piores postos de emprego ou com as piores condições de trabalho estão destinados a esse setores da classe trabalhadora. Durante o mês de novembro as organizações do movimento negro e popular, como o Quilombo Raça e Classe e o Movimento Luta Popular, junto com o Movimento de Quilombolas da Baixada estiveram à frente da Marcha da Periferia para denunciar o extermínio organizado pelo estado bonapartista à população negra, quilombola e tradicionais no estado e em todo o país.
É preciso que em 2014 as organizações de esquerda apresentem um projeto que rompa com o atraso do sistema político orquestrado pela oligarquia Sarney e os movimentos sociais devem voltar às ruas para questionar esse governo que tem cada vez mais priorizado as multinacionais como a Vale e a Alcoa, isentas de altos valores em seus impostos.

A juventude que sonha e luta tem uma alternativa socialista

Durante o ano de 2013 os jovens estiveram à frente das principais manifestações de rua que denunciavam a situação precária da educação e da saúde e questionavam as milionárias obras da Copa que só enriqueceram as grandes empreiteiras do setor.
Também foi alvo das manifestações o sistema de transporte e as altas tarifas impostas pelos governos do PT e do PSDB na maioria das capitais. Onde não teve aumento, os trabalhadores e a juventude se organizaram para questionar os esquemas de corrupção, as regalias dos partidos políticos de direita, as privatizações  e os escândalos que envolviam desde à Câmara de Direitos Humanos e Minorias do Governo Dilma, presidida pelo Dep. Marco Feliciano, até falta de serviços das Câmaras Municipais.
Foi assim em São Luís! A juventude que esteve à frente da ocupação da reitoria da UFMA em maio, esteve também à frente das lutas que se confrontavam contra o governo de Edivaldo Holanda Júnior (PTC/PCdoB) e também da Câmara de Vereadores, onde fazem parte políticos de inúmeros partidos de direita, legendas e o PCdoB.
Foi uma dura batalha que depois das ruas de junho, seguiu os meses de julho, agosto e setembro com a entrada da classe trabalhadora. As lutas que nacionalizaram e levaram milhares de jovens às ruas de junho, também esteve presente e refletiu as greves feitas pelos trabalhadores em julho e agosto. Nessas a juventude também estiveram presentes para reforçar a construção de um projeto classista e socialista com a classe trabalhadora.
É importante destacar que durante todos esses processos entidades importantes da juventude maranhense estiveram presentes dirigindo e co-dirigindo as lutas no estado, principalmente em São Luís, como é o caso do Diretório Central de Estudantes da UFMA (DCE-UFMA) e da Assembleia Nacional de Estudantes – Livre (ANEL). Nas principais lutas, sejam elas dentro ou fora da universidade essas entidades foram o ponto de apoio da juventude aqui no Maranhão. Entre elas estiveram: as jornadas de junho, a ocupação da Câmara de Vereadores de São Luís, a lutas por Assistência Estudantil na UFMA e a luta contra as opressões.
Nós da Juventude do PSTU, estivemos juntos mobilizando, construindo e apoiando todas essas lutas em são Luís. Em 2014 jogaremos todo o nosso peso para mobilizar ainda mais a juventude do estado para fortalecer a construção de um projeto socialista. 2013 demonstrou ser apenas um pouco de tudo que pode acontecer com as Jornadas e Lutas que já se organizam para o ano que vem, o ano da Copa.
Aqui no estado, colocaremos toda a estrutura do nosso partido e das entidades que impulsionamos a serviço das lutas e mobilizações. Já estamos apoiando e impulsionando uma campanha contra a Criminalização dos Movimentos Sociais. O governo Dilma anunciou recentemente que manterá todo o diálogo com os movimentos sociais, que não houve em 2013. O próximo ao que tudo indica será de muita luta e desde já desejamos que eles sejam de muitas conquitas!


[1] Boletim de Conjuntura Econômica do Estado do Maranhão
, setembro de 2013;

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

POSIÇÃO DO PSTU EM RELAÇÃO À DENÚNCIA DE RACISMO DO VEREADOR FÁBIO CÂMARA DO PMDB CONTRA A PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO LUÍS

O vereador de São Luís, Fábio Câmara (PMDB), registrou na Superintendência de Policia da Capital (SPCC) que teria sido vitima de racismo praticado pelo Comandante da Guarda Municipal de São Luís, George Bezerra. O ato teria ocorrido no dia 19 de dezembro durante reunião de negociação entre a Prefeitura e os cooperados da Multicooper que há 20 meses não recebem salários.  Fábio Câmara acusa George Bezerra de tê-lo chamado de “preto” e de “macaco”.

Membros do PSTU participaram dessa reunião, mas não acompanharam os desdobramentos da confusão que se estendeu pelos corredores da prefeitura onde supostamente a agressão racista teria ocorrido. De fato, chegamos a presenciar a arrogância de George Bezerra com os cooperados durante o processo de ocupação da prefeitura.

O comandante da Guarda Municipal é uma manobrista de primeira categoria que se iguala por baixo ao vereador sarneísta Fábio Câmara.  Como o caso já foi denunciado publicamente estamos manifestando a posição do nosso partido.

PARA QUE SERVE O RACISMO?

Por principio combatemos o racismo independente da origem de classe e das posições políticas dos indivíduos. Apesar da irracionalidade dessa ideologia, o racismo visa inferiorizar os negros de maneira geral.  Ele tenta justificar a situação de penúria social dos negros como consequência natural de uma suposta inferioridade de seus membros e não como resultado das políticas racistas que o Estado brasileiro tem adotado contra a população negra ao longo da sua história.

Essa ideologia, nascida com a escravidão, não admite que os negros possam ser advogados, juízes, parlamentares, etc. Os negros deveriam ocupar o seu “lugar comum” no mundo social que a elite branca determinou, ou seja, ser escravo na colonização e subempregado no capitalismo. Chamá-los de macacos, desta forma, não é um simples apelido, mas uma tentativa de animalizar os negros para justificar a dominação. De acordo com esse pensamento os negros seriam iguais aos animais irracionais, sem subjetividade, sem racionalidade, apenas movidos pelo instinto e pela emotividade. Como dizem os próprios racistas “eles são todos iguais”. 

POR SER NEGRO E VITIMA DO RACISMO FÁBIO CÂMARA PODE NOSSO ALIADO?

O fato de combatermos as opressões não significa que todo oprimido seja um aliado de classe.  O vereador Fábio Câmara é membro de um partido que historicamente tem massacrado o povo negro, sobretudo no Maranhão, o PMDB. Os índices de desenvolvimento humano do nosso estado demonstram quanto o governo Roseana Sarney (PMDB/PT) é racista e que o racismo não se manifesta apenas em agressões verbais das quais supostamente teria sido vitima o referido vereador. Pelo contrário, nada disso subtrairá os privilégios que o mesmo continuará usufruindo junto ao grupo Sarney.

Na verdade, sabemos que essa suposta agressão racista servirá como capital político que o grupo Sarney provavelmente utilizará contra o grupo de Flavio Dino no próximo pleito eleitoral.

Para nós, a principal manifestação do racismo do grupo sarneísta está em sua política econômica que empurra os negros, maioria absoluta da população maranhense, para o desemprego, subemprego e para o crime, assim está fazendo também Edvaldo Holanda Jr na prefeitura de São Luís. A maioria dos cooperados e terceirizados que trabalham em regime de semiescravidão na Prefeitura de São Luís são negros.

Desagregando o IDH do Maranhão por raça ficamos ao lado dos países mais pobres da África. A situação dos quilombolas é um exemplo emblemático da política racista institucionalizada em nível nacional e estadual.  Do total de 3 mil comunidades quilombolas existentes no Maranhão, somente 196 tem titulo de propriedade de seus territórios, ou seja, apenas 6% da totalidade. Roseana Sarney governa para os latifundiários e para os empresários dos agronegócios que são grupos econômicos de linhagem sócio-racial escravagista.

Olhando para a origem racial dos presidiários decapitados cotidianamente no Complexo Penitenciário de Pedrinhas dá para entender como o racismo está  institucionalizado nesse governo. Os casos de homicídios praticados contra os negros no Maranhão cresceram quase 200% nos últimos dez anos, segundo dados do Mapa da Violência de 2012: A Cor dos Homicídios no Brasil. Até a OEA está cobrando ações urgentes do governo Roseana Sarney para acabar com os massacres em Pedrinhas.  O Maranhão pode sofrer intervenção federal devido aos alarmantes e incontroláveis índices de violência do nosso estado. 

Os policiais que assassinaram o artista negro “Gerô” foram todos soltos e reconduzidos ao “trabalho” assim que Roseana Sarney assumiu o governo. O recente caso de racismo praticado pelo governo de Roseana Sarney contra o médico nigeriano Kinglsley Ify Umeilechukwu é outra  flagrante demonstração do que estamos denunciando. Por ser negro, Kinglsley não poderia ser médico! 

Por tudo isso, não é possível considerar Fábio Câmara aliado dos negros na luta contra o racismo nem muito menos como aliado dos trabalhadores na luta contra o grupo Sarney, mas nada disso justifica que ele seja agredido com xingamentos racistas. O PSTU não compactua com atos racistas de espécie alguma, seja lá contra quem for!   

O PSTU continuará denunciando casos de racismo contra os negros de maneira geral por que entendemos que políticos como Fábio Câmara devem ser combatidos enquanto serviçais dos poderosos e não pelas suas características raciais, por que não é o pertencimento racial que o faz de direita.

sábado, 30 de novembro de 2013

PSTU Maranhão apoia luta dos estudantes da UFMA pela residência estudantil no Campus


No dia 26 de novembro, o estudante de Ciências Sociais da UFMA e morador de casa de estudante iniciou protesto em frente ao prédio que deveria ser destinado à residência estudantil no campus. O estudante se acorrentou ao prédio e iniciou greve de fome exigindo uma posição do reitor Natalino Salgado.

Após 5 dias, com a saúde debilitada, Josemiro foi levado ao hospital e outro estudante, Daniel Ribeiro, do curso de Turismo, também se acorrentou e faz greve de fome. O PSTU está apoiando a luta dos moradores de casa de estudante contra o autoritarismo da reitoria da UFMA. Segue abaixo nota de apoio:

O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) declara apoio irrestrito à Josemiro Oliveira, Daniel Ribeiro e aos demais moradores das casas de estudantes da UFMA na luta por assistência estudantil de verdade.

Esta atitude extrema dos companheiros que oferecem o próprio corpo à luta contra o autoritarismo de Natalino Salgado e por assistência estudantil nesta universidade relembra a greve de fome dos professores universitários na greve das federais de 1998.

Assim como há 15 anos atrás, a luta continua em defesa de uma universidade pública, gratuita, de qualidade que deve ser construída com democracia e participação de professores, técnicos, estudantes e a comunidade.

Repudiamos as ações do reitor Natalino que a frente da reitoria da universidade vem praticando uma série de atos de autoritarismo contra professores e estudantes. Ao mesmo tempo nos solidarizamos com os moradores das casas de estudante que com este ato de bravura lutam pela universidade que defendemos.

São Luís, 30 de novembro de 2013

Direção Regional do PSTU Maranhão

terça-feira, 19 de novembro de 2013

A população maranhense tem que voltar às ruas para combater a violência e a oligarquia Sarney



Quinze policiais mortos somente neste ano, mais de 600 homicídios em 2013 só em São Luís, sendo quarenta (40) nos presídios, 4º estado em que a violência mais cresce no Brasil. Esse é o quadro de horror e pânico em que vive o Maranhão! Reafirmamos aqui o que dissemos em nota há um mês, o governo de Roseana Sarney é o principal responsável por essa carnificina. 
Esse governo tem se notabilizado pela exportação de nossas riquezas (gás e minério de ferro) e a importação da violência. Em diversas matérias vinculadas na grande imprensa nacional ficou claro que o Maranhão de Roseana Sarney é um paraíso para o crime organizado, uma rede criminosa que envolve várias instâncias de poder. 
Esse governo não interesse algum em tirar o Maranhão dessa situação até porque são parte do problema. Depois do massacre de Pedrinhas e da onda de ataques aos ônibus, Roseana Sarney e sua Secretaria de Segurança Pública se limitou a dar respostas vazias para a população. 
Por outro lado, depois de várias denúncias, destacando as que o PSTU fez em documento público recente sobre os índices sociais vergonhosos desse governo, uma avalanche de propagandas mentirosas passaram a penetrar em nossos lares via Sistema Mirante. Nessas irritantes propagandas, o Maranhão da pobreza e da violência aparece como um agradável paraíso de pobres felizes, professores e médicos valorizados, estudantes e pacientes de sorrisos estampados na face e das cidades interligadas por estradas asfaltadas. O que existe hoje é uma ofensiva do governo do Estado em tentar demonstrar que a vida no Maranhão melhorou e que o número de empregos aumentou para os jovens trabalhadores. Mas de fato isso não é percebido na realidade das cidades do estado e o que sobra aos jovens, a grande maioria negros, são as drogas e a violência policial organizada. Na capital a criminalização dos negros na periferia tem ficado cada vez mais clara como uma política organizada pela Oligarquia Sarney. Basta de violência e extermínio dos jovens negros da periferia!
Mas a realidade em que vive o povo desmente essas mentiras midiáticas. O Maranhão ocupa as piores posições quando o assunto é saúde, saneamento básico, analfabetismo e acesso à internet, segundo os recentes dados dos institutos de pesquisas. Uma mudança real não pode ser feita com quem em Brasília faz parte com os Sarneys do bloco de apoio do Governo Dilma e trouxe recentemente para seu lado um dos secretários de segurança mais truculentos da história da Oligarquia.
 Lula e Dilma são responsáveis também pelo caos e miséria instalados no Maranhão pois sustentam há anos esta oligarquia corrupta no cenário nacional. No governo, o PT se mostrou igual ao PSDB, se aliando ao que tinha de mais podre na política brasileira, a Oligarquia Sarney no Maranhão, ao MALUF em São Paulo, ao Jader Barbalho no Pará, Renan e Collor em Alagoas e entregando as riquezas do país como no recente leilão das reservas de petróleo do Campo de Libra. 
Neste mês de novembro o PSTU chama a população pobre das periferias a se juntarem às organizações de esquerda e socialistas deste estado para marchar por políticas públicas de qualidade, reforma agrária, titulação das terras quilombolas e indígenas e contra o extermínios dos jovens negros da periferia. É hora de dar uma resposta classista ao problema da segurança pública! Por isso propomos uma grande plano de obras públicas que garantam emprego e renda à população e diferente dos grandes eventos não expulsem à população e não permitam a corrupção.
  
Todos à 8ª Marcha da Periferia!!
Fora Roseana Sarney!!

sábado, 12 de outubro de 2013

O PSTU VEM A PÚBLICO RESPOSABILIZAR O GOVERNO DE ROSEANA SARNEY (PMDB/PT) PELA CARNIFICINA INSTALADA DENTRO E FORA DO SISTEMA CARCERÁRIO DO MARANHÃO

A violência que cresce assustadoramente no Maranhão tem suas raízes na extrema pobreza e na desigualdade social que se aprofunda dia após dia em nosso estado. O governo Roseana Sarney (PMDB/PT) não tem o mínimo interesse em resolver esse problema porque não governa para os pobres, para os negros, para os filhos da classe trabalhadora.

O secretário de segurança pública, senhor Aluízio Mendes, já não sabe mais como garimpar desculpas para explicar o colapso do sistema carcerário do Maranhão e o aumento da violência de maneira geral. Num primeiro momento, culpou o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, mas não a sociedade não engoliu. Depois enveredou para judiciário, acusando-o pelas rápidas solturas dos “bandidos”. Ora, se o problema é esse, então como se explica a superlotação do Complexo Penitenciário de Pedrinhas? No CADET, onde estourou a última rebelião com 13 mortos e 40 feridos, tinham mais de 600 detentos, quando o limite máximo é 200.  A responsabilidade legal pela vida do preso é do Estado.

Os trabalhadores do sistema prisional também sofrem pelo descaso do governo estadual. Faltam condições de trabalho, o quadro de pessoal é limitado e os terceirizados efetuam trabalhos que não possuem qualificação e nem condições de executar.

Neste sentido, o PSTU vem publicamente responsabilizar o governo Roseana Sarney (PMDB/PT) pelo mar de sangue que tem banhado nosso estado. O caos do sistema carcerário e a violência que campeia no Maranhão são reflexos de um governo que não tem política pública para os trabalhadores e seus filhos.
Roseana Sarney se elegeu prometendo gerar 245 mil empregos em quatro anos. Dados do início de 2013 apontavam para a perda de 132 mil empregos. A renda domiciliar per capita do nosso povo é de apenas R$ 319,00. O Maranhão possui o penúltimo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil. 75% dos nossos jovens com 19 anos não conseguem concluir o Ensino Médio.
São esses jovens desempregados, negros e com baixa escolaridade que estão sendo arrastados para o crime e suas respectivas facções.  O crescimento dos casos de homicídios praticado contra jovens negros no Maranhão alcançou a impressionante marca de 209%, segundo dados do Mapa da Violência 2012: A cor dos Homicídios no Brasil. Mas, Roseana Sarney teve o cinismo de prometer que em seu governo o povo do Maranhão poderia dormir com as portas abertas. A única localidade segura do nosso estado é o Palácio dos Leões que se encontra cercado e militarizado. Este é um governo que não protege a população, se protege contra ela.

Também é preciso perguntar: por onde entra as drogas e armas que estão nas mãos de alguns presos? Quem autoriza colocar presos de facções rivais nos mesmos pavilhões? Está claro que há uma facilitação para que a carnificina se instale. Mesmo dentro da Secretaria de Segurança Pública há uma disputa de poder entre a nova e a antiga direção do sistema prisional. A vida das pessoas não vale nada para esses grupos.

Nós do PSTU denunciamos alguns objetivos por trás desse caos:

  1. Fazer propaganda em favor da redução da maioridade penal e contra o ECA.  Assim, Roseana Sarney transfere para os adolescentes da periferia a responsabilidade pelo crescimento da violência no Maranhão;
  2. Transformar detento em mais uma mercadoria para gerar lucro para a oligarquia e as empresas de segurança privada que os cercam. Isso está ocorrendo com a privatização do sistema carcerário, via terceirização, e vai se ampliar. Essa é a política que o grupo Sarney adotou para privatizar o Hospital do IPEM e estão tentando aplicar para privatizar a CAEMA;
  3. Pretendem também criar um clima de tensão permanente na população para depois impor um estado de exceção no sentido eliminar gente pobre e negra, tal como fizeram nos três meses de “sangue” da Operação Tigre, grupo de extermínio criado no final da década de 1980, pelo então governador interino, João Alberto. Assim, o grupo poderá se apresentar nas próximas eleições como único capaz de conter a violência que eles mesmos alimentaram.
Mas não é só na capital que a violência cresce. Nosso estado tem o maior contingente de camponeses, quilombolas e indígenas assassinados ou marcados para morrer. Isso se explica pela expansão do agronegócio que na bala e com a anuência de Roseana Sarney arrancam das terras seus verdadeiros proprietários os camponeses, índios e quilombolas. Sem alternativa de sobrevivência essas famílias migram para bolsões de miséria das periferias da região metropolitana de São Luís, fazendo com que o ciclo da violência não pare de crescer.

ACUADOS NÃO FICAREMOS, VAMOS GANHAR AS RUAS!

O PSTU entende que a população deve ganhar às ruas para por fim ao caos que vivemos. São vidas que estão sendo ceifadas, sejam nos presídios, sejam nas ruas ou em nossas residências. O Maranhão precisa mais do que nunca reviver as mobilizações que protagonizamos no mês de junho. Não acreditamos que só a repressão vai resolver o grave problema da violência.  A maior prova disso é que 75,25% da população carcerária brasileira é formada por pessoas que cometeram crime contra a propriedade privada ou tráfico e não contra a vida e os serviços públicos. Apenas 0,13% cometeu crime contra a administração pública. Não são os assassinos que estão presos e nem muito menos os corruptos, são jovens pobres e negros desassistido pelo governo.
O problema da violência se resolve com políticas públicas, com construção de escolas, garantia de 30% do orçamento estadual para educação, geração de emprego, moradia digna, reforma agrária, titulação das terras dos remanescentes de quilombos e indígenas, oferta de lazer e cultura nos bairros de periferia, entre outros. Essas são algumas das bandeiras que deveremos agitar nas ruas, além da exigência da imediata cassação da governadora Roseana Sarney.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A juventude maranhense que quer transformar o mundo se encontrou em Alcântara neste último final de semana.



Por Helena Durans e Micael Carvalho
    

Realizado no último final de semana o I Acampamento da Juventude Revolucionária do Maranhão

A Juventude do PSTU Maranhão realizou no último final de semana (dias 23, 24 e 25) em Alcântara - MA, o I Acampamento da Juventude Revolucionária. Foram momentos marcantes que reuniu importantes debates políticos e diversão.
Logo quando chegaram os participantes puderam c
ontemplar as belezas naturais da cidade histórica, com muita animação e disposição para aproveitar a programação.
O acampamento foi aberto com uma plenária sobre o seu funcionamento, as atividades e a divisão em comissões para as tarefas. Na noite de sexta feira ocorreu o Cine Debate com o filme “Quanto vale, ou é por quilo”, que proporcionou intensas discussões a cerca das ONG, da opressão racista, sobre a escravidão moderna, sobre do mito da democracia racial brasileira, dentre outros temas ligados à questão social. Logo após o debate ocorreu a cultural livre com karaokê, brincadeiras e muita alegria.
Na manhã do sábado o debate foi feito por Saulo Pinto (Economista e Professor do IFMA), Eloy Natan (da Direção Regional do PSTU) e Giovanny Castro (Juventude do PSTU) os três fizeram uma análise sobre “A atual conjuntura e a situação da luta de classes no Brasil”. E o dia estava só começando!
Pela tarde a famosa Praça da Matriz de Alcântara recebeu os Grupos de Discussão. Em ritmo da dinâmica dos balões, os jovens passaram a tarde debatendo variados recortes de artigos publicados em blogs, sites, revistas, jornais, etc... No final dos GD’s todos os grupos se reuniram e deram inicio à plenária de repasses das discussões feitas e debatidas.
Final de tarde, pôr do sol, vento forte e a tranquilidade da Praça da Matriz... Combinação perfeita para relembrar a infância e brincar de pega-pega. E foi nesse clima que a tarde do sábado foi finalizada.
Depois de muitos debates políticos foi à vez dos participantes se divertirem no Sarau Livre, que homenageou Leon Trotsky, lembrando os 73 anos de sua morte. A festa foi regada com muito poema, música, descontração e uma linda fogueira com um plano de fundo do mar e lua cheia. Afinal, como dizia o homenageado, “Nem só de política vive o homem”.
O último dia do acampamento iniciou com um debate sobre “O partido revolucionário e a necessidade do socialismo”. Na mesa o militante Hertz Dias (Luta Popular, Direção Regional do PSTU) e a militante Helena Durans, (Juventude do PSTU) fizeram uma forte explanação sobre esse tema que é importantíssimo para a nossa organização, com consequência houve bastantes perguntas dos participantes com boas intervenções, proporcionando um excelente debate. Ao finalizar a mesa o sentimento de lutar por uma nova sociedade tomou conta da juventude revolucionária e a certeza de que a construção do partido revolucionário não pode esperar ficou ainda mais fortalecida.
Pela tarde a juventude pôde mais uma vez aproveitar as maravilhas naturais de Alcântara, com banho de mar regado por um belíssimo sol, finalizando o acampamento com um churrasco revolucionário.
Com certeza Alcântara deixou saudades, durante os três dias de acampamento os jovens que participaram dessa atividade tiveram a oportunidade de aproveitar a cidade histórica com diversão e muita animação, conhecer novas pessoas, fazer novas amizades e, sobretudo, ter avançado na formação politica tendo como base as boas discussões feitas nas terras de Alcântara.
“A juventude que sonha com um mundo novo, que acredita que é possível viver em uma sociedade livre de opressões e da exploração tem uma alternativa de organização revolucionária e socialista. Queremos fortalecer nossas fileiras por isso fazemos um chamado para todos vocês que acreditam num novo futuro, venham construir conosco nossos sonhos, pois a juventude que luta e sonha não tem outro lugar para se organizar no Brasil, senão o PSTU”, afirmou Micael Carvalho, militante da juventude do PSTU.