sexta-feira, 28 de junho de 2013

POR QUE O “FORA FELICIANO” DEVE SER DEFENDIDO POR TODOS OS LUTADORES



Alguns setores dos movimentos sociais e de esquerda se esquivam da bandeira “Fora Feliciano” sob a alegação de que essa palavra de ordem divide os manifestantes, sobretudo por que afastaria os evangélicos que tem engrossado as fileiras das manifestações por todo o Brasil.

Esse mesmo argumento foi utilizado durante décadas contra o Movimento Negro, inclusive por setores da esquerda marxista stalinizada. A equação era simples: o problema do Brasil era exclusivamente de classe, logo a luta contra o racismo ao invés de unificar, dividiria a classe. Como o racismo era, acertadamente, encarado como uma ideologia orgânica do capitalismo, então bastava esperar a chegada do socialismo e todos nós viveríamos tranquilamente num hipotético paraíso racial. Basta transportar essa mesma equação para a questão dos GLBT para entender a defesa descabida dessa posição por alguns ativistas do movimento popular.


Ora, o que move os revolucionários em suas lutas é a necessidade de libertar a humanidade, que só seria possível com a construção de uma sociedade sem classes, uma sociedade sem Estado, uma sociedade comunista. Mas, isso não implica abrir mão de lutar por bandeiras democráticas no interior do próprio capitalismo. A bandeira de luta contra a homofobia deve ser parte do Programa de Transição rumo ao socialismo. Esse Programa de Transição seria uma combinação de reivindicações de grupos específicos (negros, mulheres, índios, LGBT) com as nossas bandeiras mais gerais de luta contra o capitalismo, algo completamente conciliável.


Quanto aos evangélicos conservadores ou qualquer outro grupo social, cabe dialogar para convencer que a homossexualidade faz parte da história da humanidade e que, portanto, deve ser encarado como algo completamente natural e humano. Já a existência das classes sociais que tem pouco mais de seis mil anos de existência- um lapso de tempo na história da humanidade- é que deve ser eliminada, por que essa sim é uma verdadeira anomalia histórica.

Enfim, não é a luta contra as opressões que divide a classe ou os movimentos, mas é a existência e penetração dessas ideologias opressoras na consciência da maioria dos trabalhadores que efetivamente divide nossa classe.

TODOS AO ATO “ENQUANTO ELES BATEM, A GENTE BEIJA!”

Sexta, às 16h, na Praça Nauro Machado, Praia Grande, São Luís-MA

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Ato reúne 1000 pessoas no centro de São Luís e fortalece intervenção da esquerda nas mobilizações

Ontem, 25 de junho, cerca de 1000 manifestantes caminharam pelo centro de São Luís na marcha Periferia Vai ao Centro. Eram quilombolas, indígenas, militantes dos movimentos sociais, estudantil, central sindical como a CSP Conlutas e sindicatos filiados
Também estiveram presentes militantes de partidos de esquerda como o PSOL e o PSTU. Todas essas organizações compõem do Comitê de Mobilização Popular responsável pela convocatória do ato. Manifestações culturais quilombolas se alternavam com as intervenções políticas. Foi um dos primeiros atos em que as demandas urbanas se somaram as demandas rurais.
 
Os manifestantes denunciaram a política econômica da presidente Dilma (PT) e de Roseana Sarney (PMDB) que só tem beneficiado os ricos, sobretudo os banqueiros, empreiteiros e o agronegócio, em detrimentos dos serviços públicos e das políticas sociais de maneira geral.

As organizações presentes iniciaram uma campanha aberta pela cassação da governadora Roseana Sarney. Também foi feito exigências e denuncias em relação a gestão do prefeito Edvaldo Holanda (PTC) que mantem a mesma política de beneficiar o setor privado em nível municipal, a exemplo do repasse de 12 milhões de reais para os empresários do transporte coletivo de São Luís.

Os momentos mais emocionantes do ato se deram com as intervenções em defesa da liberdade de manifestação e expressão de todas as organizações políticas que historicamente estiveram na luta. Logo depois do ato foi realizado um plenária de avaliação do ato, de onde saiu uma comissão para acompanhar a luta contra a criminalização dos quilombolas da comunidade do Charco em São Vicente de Férrer. Esse ato está acontecendo no dia de hoje.

Identificação de infiltrados antecipou encerramento do ato

A equipe se segurança do ato identificou, ainda na concentração, algumas pessoas suspeitas de estarem portando coquetéis molotov. Por esse motivo, a coordenação do ato preferiu encerrar as atividades na Praça João Lisboa, ao invés de retornar a Praça Deodoro pela Rua Grande, conforme estava previsto.

Não temos dúvidas que eram delinquentes recrutado pelo deputado estadual Roberto Costa (PMDB), os mesmos que tem provocado tumulto em quase todos as mobilizações na tentativa de desmoralizar o movimento e blindar o grupo Sarney. Novos atos serão convocados muito em breve pelo Comitê de Mobilização Popular e nesses atos as bandeiras de luta tem lugar garantido.

Polícia Militar amplia repressão às manifestações populares em São Luís


Oligarquia Sarney tenta calar o grito das ruas de “Fora Sarney”

As manifestações populares estão se espalhando em todo o Estado do Maranhão. Mais de 20 cidades já realizaram protestos nas últimas semanas como parte da onda de mobilizações que varre o país de norte a sul. Nos atos e passeatas as vozes exigem dos governantes melhores condições de saúde, educação, saneamento básico e transporte. Mas uma caracteristica marcante na grande maioria destes protestos é o rechaço aos Sarneys. Sem dúvida as palavras de ordem mais puxadas nos atos e passeatas exigem o fim da oligarquia no Maranhão! 

No início a mídia sarneysta tentou esconder as mobilizações anti-Sarney ou taxá-las de despolitizadas. Sem obter sucesso, passou a reprimir violentamente os protestos com uso da cavalaria e da tropa de choque como aconteceu nas manifestações pacíficas da segunda-feira (24) na Assembleia Legislativa, Renascença e Anjo da Guarda. Nesta terça-feira (25) novamente houve repressão violenta contra manifestantes no retorno da Forquilha.

Também nesta terça-feira, a CSP Conlutas, a ANEL e diversas organizações de esquerda se reuniram em frente a Biblioteca Benedito Leite na praça Deodoro para protestar e a Polícia Militar estava em número desproporcional. A passeata desceu a Rua da Paz e terminou com um ato na Praça João Lisboa. Foi uma importante atividade que reuniu estudantes, trabalhadores da cidade, quilombolas e representantes indígenas para apresentar um conjunto de reivindicações e um programa de luta para as mobilizações.

Apesar do sentimento antipartido presente em algumas destas manifestações, nós do PSTU prestamos solidariedade aos ativistas honestos que estão nas ruas neste momento denunciando as mazelas que existem em nosso Estado com a clareza da necessidade desta luta ser contra esta oligarquia que governa este estado há mais de 45 anos. Há tempos denunciamos que esta oligarquia perversa é responsável pela destruição da economia maranhense colocando o nosso povo na miséria e pelo genocídio da juventude da periferia. Por isso nosso Partido em todos esses anos tem sido vítima de vários ataques e calúnias.

Se a onda de repressão policial que se deu nos protestos em São Paulo ao invés de fazer o movimento retroceder só deu mais força às lutas, aqui não há de ser diferente. Além da truculência da polícia militar durante as manifestações, a governadora não se cansa de usar das mentiras para tentar enganar o nosso povo. Depois da refinaria da Petrobrás, Roseana promete resolver o problema da mobilidade urbana resgatando o projeto de VLT do ex-prefeito João Castelo. Nossa luta é por transporte público de qualidade e reforma agrária já. O Egito, a Tunísia e a Líbia deram o exemplo, é preciso derrotar a Oligarquia Sarney nas ruas.

Sarney ladrão, devolve o Maranhão!
Cassação imediata de Roseana Sarney!
Fora Sarney! Por um governo dos trabalhadores do campo e da cidade!

domingo, 23 de junho de 2013

Marcha em São Luís reúne 30 mil contra Sarney e a direita perde as estribeiras




Foi lindo. Mais de 30 mil pessoas caminharam da Praça Maria Aragão até a Praça Dom Pedro II onde ficam localizados o Palácio dos Leões, sede do governo estadual, e a sede da prefeitura municipal de São Luís.

Desta vez o ato teve um tom mais politizado. Militantes de diversas organizações como da Coordenação do Acorda Maranhão, CSP-Conlutas, ANEL, DCE-UFMA, OAB-MA, Movimento Hip Hop Quilombo Urbano, Luta Popular, Movimento Negro Quilombo Raça e Classe, MST, PSTU, PSOL e tantas outras entidades.

A chuva torrencial que caia dos céus de São Luís não desaqueceu a indignação e a vontade de luta dos manifestantes. Apesar do grande mote dessas mobilizações em todo o país girar em torno da redução das tarifas dos transportes coletivos, o elemento político que tem unificado todas as entidades e manifestantes no Maranhão tem sido o FORA SARNEY.  

Também chamou atenção a entrada em cena de muitos jovens dos bairros pobres de São Luís. O movimento Hip Hop Quilombo Urbano desempenhou um importante papel no diálogo com esses jovens, sobretudo depois que chegou às informações de que deputados ligados ao grupo Sarney como Roberto Costa (PMDB) estava recrutando jovens nas periferias para atacar manifestantes de esquerda nesses atos. Com as pulsantes e esclarecedoras falas de diversos militantes a direita gangster ficou desmoralizada e sem chão.

PC do B, PMDB e falsos punks jogando sujo contra os lutadores honestos

Meia hora depois da caminhada vitoriosa chegar à Praça Dom Pedro II, alguns punks de um grupo conhecido como “Os Caveiras” resolveram se unir aos agressores do PMDB e da UJS (PC do B) que estavam com um potente trio elétrico, mas sem saber o que dizer aos manifestantes a não ser incitar o ódio aos militantes dos movimentos sociais e da esquerda de luta. O grito fascitoide “Sem  Partido” já não está mais tendo tanta ressonância entre os presentes que estão indo a essas marchas se manifestar contra os governos e não contra organizações de esquerda. 

Desesperados com o tom anti-sarneysta do ato, esses indivíduos irresponsáveis resolveram jogar objetos e pedras nos coordenadores do ato que estavam em cima do carro de som. Depois resolveram partir para a agressão física contra os manifestantes de esquerda.

Por prudência, os representantes das entidades supracitadas resolveram retirar o carro de som do meio do tumulto para evitar qualquer incidente mais grave. Alguns minutos depois os sarneystas e o PC do B se deslocaram para a ponte do São Francisco. Não demorou muito para a “micareta gângster” terminar num quebra quebra generalizado. Isso por que a juventude ali presente percebeu que aqueles que gritavam “Fora Partido” eram quase todos militantes de partidos ligados ao grupo Sarney ou ao PC do B.

Pela punição e execração da Gang Sarneysta do meio do movimento

As entidades filiadas a CSP-Conlutas vão entrar com uma representação junto ao Ministério Público responsabilizando o deputado Roberto Costa, o Governo do Estado e a própria Secretaria de Segurança Pública do Estado do Maranhão por qualquer agressão física que venha acontecer com nossos militantes ou com qualquer individuo presente nestas manifestações.

Ficou claro no evento que estava tudo armado e que a própria Policia Militar não moveu um dedo para prender esses delinquentes profissionais. Temos vídeos e fotos que demonstram claramente quem são esses agressores e a completa omissão da Polícia Militar em relação aos mesmos. E a prova maior disso tudo foi o fato da própria PM está infiltrada no meio dessas manifestações.  Num movimento legitimo com este não pode comportar grupos dirigidos por parlamentares delinquentes.

Na próxima Terça-feira tem a marcha “Periferia vai ao Centro” com concentração a partir das 16h na Praça Deodoro.


quinta-feira, 20 de junho de 2013

Alta no preço dos alimentos atinge a mesa do maranhense: Quilo da farinha já chega a R$12!

Na última terça-feira (18 de junho), milhares de trabalhadores rurais de diversas partes do Estado e comunidades urbanas ameaçadas de despejo realizaram manifestação bloqueando a BR-135, via de acesso à capital São Luís. A manifestação foi ao INCRA exigir reforma agrária, fim dos despejos forçados e denunciar a violência no campo e na cidade. Segue abaixo a posição do PSTU sobre a questão do campo e a alta do preço dos alimentos. É imprescindível que estes setores entrem em cena e se unifiquem à juventude em luta neste momento.


Quem vai  às feiras e supermercados percebeu a alta dos preços dos alimentos. É a inflação tomando boa parte da renda das famílias e obrigando-as a mudar seus hábitos alimentares. No Maranhão, onde grande parte da população já faz sacrifícios para sobreviver, a alta dos alimentos atingiu alimentos típicos como o arroz e a farinha d'água.

De acordo com estudos da FGV, o arroz teve uma alta de 4,02% em junho e hoje é difícil encontrar farinha d'água nas feiras e mercados da capital a menos de R$12. Uma questão importante é que o Maranhão deixou de ser um grande produtor destas mercadorias para importar arroz do Suriname e mandioca do Pará.

Para o PSTU, a alta no preço dos alimentos é fruto da política do Governo Dilma para o campo que beneficia o agronegócio e do desmonte dos órgãos de pesquisa agrícola do Estado nos governos da Oligarquia Sarney. Empresas estatais responsáveis pela pesquisa e assistência técnica rural como a EMAPA e a EMATER foram destruídas, assim como outras empresas como a COPEMA, a CEMAR e o Banco do Estado.

A aliança da Oligarquia Sarney com os grandes latifundiários e o agronegócio vem atacando e assassinando quilombolas, ribeirinhos, indígenas e trabalhadores rurais que lutam pelas suas terras, determinando o fim da agricultura familiar no Maranhão e condenando à fome todos os dias milhares de maranhenses, enquanto garante enormes lucros aos fazendeiros de soja. Se de fato queremos derrotar a Oligarquia e suas práticas perversas não é possível nenhum acordo com o agronegócio, o maior responsável pela violência e miséria no campo.

Fora Oligarquia Sarney!
Contra a violência cometida pelo agronegócio no campo!
Reativação das empresas de pesquisa e assistência rural!
Unir trabalhadores do campo e cidade mais a juventude em uma só luta!

quarta-feira, 19 de junho de 2013

O lugar da periferia na nova conjuntura política que se abre no país


Hertz Dias - Militante da Secretaria Nacional de Negros e Negras do PSTU e do Quilombo Urbano



As consequências são ainda imensuráveis. O sudeste do país em convulsão social, os trabalhadores e a juventude aos milhares dão as mãos nas ruas. O aumento das passagens de ônibus foi apenas o estopim que fez explodir o tampão que comprimia as lutas socais em nosso país há mais ou menos duas décadas.

Não tenho os dados, mas arriscaria dizer que esse processo em seu final terá como resultado não somente a redução do preço das passagens de ônibus, mas a diminuição dos conflitos intraperiféricos, o arrefecimento da guerra interna entre a juventude das periferias dos grandes centros urbanos. Toda a energia outrora descarregada em uma guerra autofágica ganha vazão nas ruas, na multidão pacifica, mas enfurecida contra o Estado-classe e isso pode se espalhar por todo o país.

A burguesia ver sua força espiritual questionada em multidões. Um dos seus principais materiais ideológicos, sua mídia comercial, está tendo sua autoridade moral abalada. E agora como defender a repressão se os seus jornalistas também estão na mira do “fogo amigo” do braço de ferro que tanto defendem? Jornalistas reacionários como Luiz Datena e Arnaldo Jabor esgotaram seus repertórios criminalizadores. O último teve que fazer autocrítica pública por ter afirmado que os atos de São Paulo eram coisas de jovens de classe média da USP. 

A juventude periferia sai do noticiário policial para entrar no noticiário político, ainda que enfrentando a mesma polícia que os reprimem cotidianamente, já que os direitos humanos não entram nessas localidades. Aliás, onde o PT diz que existe uma classe média emergente, há na verdade o aprofundamento da barbárie capitalista e nela a juventude negra é esvaziada da condição de ser humano. Em Alagoas a possibilidade de um jovem negro ser assassinado é mil vezes maior do que um jovem branco. A função do mito da democracia racial é invisibilizar esse etnocídio.  Mas, tal como no Brasil colonial, a humanidade desses jovens é resgatada na rebelião contra o sistema que os colocou nessa situação limite. De bandidos de alta periculosidade viraram baderneiros. Já é algum avanço.

A classe média que não pega ônibus se solidariza com a luta. Trabalhadores formais e informais se veem simplesmente como trabalhadores. O universo letrado e o plebeu das grandes metrópoles estabelecem entre si uma relação de confiança. É dessa solidariedade que a periferia precisa, aquela forjada na luta e não no assistencialismo do Terceiro Setor que educa o povo a não lutar. Nessas lutas, a periferia pode aprender que transformar o lixo da burguesia em luxo é ilusório, socializar o luxo é mais que necessário.  

O inimigo de classe está ficando mais visível, já não precisamos de lupa para enxergá-los. Não tenho dúvidas que novas lideranças, novas canções e novas consciências serão forjadas nessas lutas. Sinto que uma nova situação política pode nascer na periferia, desde que haja intervenção qualificada para isso. As condições estão dadas para que a periferia possa definitivamente encontrar o seu lugar, o da luta política pela superação do capitalismo.

terça-feira, 18 de junho de 2013

QUEM TEM MEDO DO PSTU?



Por Hertz Dias, da Secretaria de Negros e Negras do PSTU e do Quilombo Urbano

Em meio a centenas de milhares de ativistas que se mobilizavam país a fora, uma campanha chama atenção. Disfarçada de campanha “contra todos os partidos” é, na verdade, uma campanha orquestrada pela burguesia contra o PSTU. Uma pergunta deve ser feita: por que um partido tão pequeno, apesar de muito disciplinado, ter sido colocado no epicentro dos ataques da grande imprensa e de grupos ultrarreacionário deste país em meio a um ascenso popular?

Em primeiro lugar, é importante ressaltar que, diferente da classe trabalhadora, a burguesia tem consciência histórica, pois é uma classe para si. Do ponto de vista de sua consciência, a burguesia não é uma classe em construção, mas solidamente construída. E, por ter consciência histórica, a burguesia sabe antevir para se prevenir. Sua preocupação não é com os partidos de maneira geral, mas com os partidos revolucionários, por que são esses que dirigiram as principais revoluções que expropriaram a burguesia no século XX.
 A conjuntura que se abre no Brasil acendeu o sinal vermelho para as classes dominantes. Diferente da maioria dos países europeus que tem arrastado milhões em suas manifestações, no Brasil existe um elemento subjetivo consciente que como muito paciência vem sendo construindo desde 1994, o PSTU.  
Percebam que a burguesia brasileira deixou de ridicularizar o PSTU para dá um tratamento mais sério, um tratamento de choque. Começou divulgando que as manifestações eram de caráter político-partidário, mas depois que virou manifestação de massa, o argumento passou a ser de que os manifestantes eram contra os partidos políticos e as bandeiras mostradas são quase todas do PSTU. Que orgulho!
Em sua sã consciência histórica a burguesia lembra que o PSTU foi a principal organização que iniciou uma campanha internacional contra a vergonhosa ocupação militar no Haiti liderado pelo governo Brasileiro do PT (Lula e Dilma). Sabe também que o PSTU foi o partido que esteve na linha de frente da resistência contra a desocupação criminosa de Pinheirinho realizada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) que teve repercussão internacional. No ato contra a visita do presidente Obama ao Rio de Janeiro era do PSTU a maioria dos 13 manifestantes que foram presos. Na campanha a favor dos 10% do PIB para educação pública nosso partido se dedicou como nenhum outro.
 A burguesia brasileira sabe do peso que tem a CSP Conlutas no processo de reorganização da classe trabalhadora no Brasil e sabe também da importância que teve a militância do PSTU na construção desta entidade.  A CSP Conlutas, juntamente com outras entidades, organizou o histórico ato do dia 24 de abril com 25 mil manifestantes em Brasília. Os desavisados se perguntavam: Como podem, se vocês são tão pequenos? Mas, a burguesia certamente sabe que podemos!
Por outro lado, a burguesia deste país não conseguiu ainda engolir o fato de uma professora, que se tornou um fenômeno nacional na luta em defesa da educação pública, ter feito opção de continuar nas fileiras de um partido forjado nas lutas. Como pode? Certamente perguntam! E devem dizer: ela poderia está em um partido bem maior para ganhar mais espaço na mídia, como faz Marina Silva. Não, a professora Amanda Gurgel não só se manteve no PSTU, não só foi a vereadora proporcionalmente mais bem votada do país, como em seu primeiro dia de mandato, apresentou a câmara de vereadores de Natal-RN um projeto exigindo a redução dos salários de todos os demais vereadores.
A burguesia sabe que o nosso outro vereador, Cléber de Belém, também abriu mão de seu salário em prol da luta e ainda apresentou um documento para ser assinado pelos vereadores da câmara de Belém exigindo a libertação de vários operários que foram presos por liderarem greves nas obras de Belo Monte.
  A burguesia sabe que para o PSTU o parlamento é simples ponto de apoio para as lutas. Nossa atuação no parlamento coloca em cheque o próprio parlamento. Certamente não devemos ser exemplos para as multidões que ganham às ruas.
 Um movimento independente não precisa necessariamente ser antipartidário (contra os partidos) e sim suprapartidário (com autonomia em relação dos partidos), pois a independência da qual falamos é a de classe. Ora, se no capitalismo existem apenas duas classes sociais fundamentais (burguesia e trabalhadores), a independência da classe em relação aos partidos revolucionários é a abertura da porteira para que adesão à ideologia da burguesia e seus partidos seja hegemônica entre os trabalhadores, já que a mesma tem mais meios de difusão do que as das organizações operárias. Quando falamos ideologia de classe não queremos dizer que todos os revolucionários devam pensar igual, porém há uma fronteira clara que nos separa politicamente da burguesia.
 Quando a Rede Globo e os governos atacam o PSTU, na verdade estão querendo manter as manifestações sobre seu controle político e ideológico. O PT e o PSDB, dois partidos fieis a burguesia, também têm condenado o “partidarismo” dos atos. Mas, foi quando a Rede Globo foi impiedosamente vaiada no Rio de Janeiro que expressou o maior exemplo de independência de classe dessas manifestações.
Vejam bem, a mesma mídia que tirou como política o “apartidarismo” e tem denunciado insistentemente  o tal “vandalismo” dos atos, não demonstra nenhuma preocupação em identificar quem são esses “vândalos”, ainda que alguns apareçam identificados e com bandeiras. Fazem isso por uma questão muito simples, os tais “vândalos” não são do PSTU, na verdade, em sua maioria, são contra o PSTU. Por isso são grupos necessários para a que a imprensa burguesa desmoralize as mobilizações. O PSTU, ao contrário, é um partido que tem como objetivo estratégico a socialização dos meios de produção e não a destruição daquilo que os trabalhadores constroem com tanto esforço.
Não é apenas o PSTU que está nos atos, outros partidos de esquerda também estão, mas por que não mostram as bandeiras destes partidos? Para além de ser de esquerda, a questão central é que o PSTU é um partido formado por um grupo de pessoas que se unem em torno de um programa claramente socialista e revolucionário.
Obviamente, não somos os únicos revolucionários deste país, nem muito menos condenamos o natural sentimento antipartidário de parte da classe trabalhadora brasileira. A degeneração de partidos como o PT e o PC do B, além de centrais como a CUT e movimentos estudantis como a UNE, corrobora com esse tipo de pensamento.
Porém, está claro que os ataques ao PSTU nessas mobilizações ilustram bem a necessidade que tem a burguesia de isolar nosso partido para que os partidos tradicionais da burguesia ou os reformistas continuem dirigindo a nossa classe. Em sua consciência histórica a burguesia sabe que o PSTU não é uma organização exógena as lutas dos trabalhadores, o PSTU se confunde com as lutas, e é disso que ela tem medo.

domingo, 16 de junho de 2013

Em São Luís, PSTU exige redução da passagem e mais qualidade no transporte público




Quem precisa usar o transporte público em São Luís sofre bastante. Os problemas enfrentados são muitos: superlotação, paradas lotadas e mal conservadas, sucateamento da frota, engarrafamentos, além da maioria das ruas e avenidas estarem intrafegáveis. Quem acompanhou as últimas eleições para prefeito viu que o candidato Edivaldo Holanda fez muitas promessas para resolver estes problemas.

Mas depois de eleito, Edivaldo Holanda manteve a política de Castelo e seus antecessores. Fez um acordo para repassar milhões aos empresários a título de “indenização pelos prejuízos das empresas”, além de se comprometer a reduzir as gratuidades do sistema. No entanto não fez nenhuma exigência de melhoria na qualidade dos serviços prestados.

Como se não bastasse todos estes privilégios, a presidente Dilma baixou Medida Provisória isentando de impostos (PIS/COFINS) as empresas de transporte coletivo. Entretanto, a medida não obrigou prefeituras e empresas a reduzirem o preço das passagens, que continuam pesando no bolso dos trabalhadores de São Luís, onde mais de 80 mil lares recebem o Bolsa Família, isto é, tem renda per capita de até R$ 140.
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O PSTU acredita que é possível reduzir o preço da passagem em São Luís e ao mesmo tempo ter um sistema de transporte coletivo de qualidade para a população. É preciso criar um Conselho de usuários e trabalhadores do transporte que discuta itinerários, horários, quantidade e qualidade da frota existente. Para isso a Prefeitura tem que parar de salvar os lucros dos empresários e criar uma Companhia Municipal de Transporte. Nós estaremos construindo e apoiando todas as lutas pela redução da tarifa e por melhores condições no sistema de transporte público de São Luís!

Edivaldo Holanda reduza o preço da passagem!
Por mais qualidade no transporte coletivo de São Luís!
Pela criação da Companhia Municipal de Transporte!
Passe livre para estudantes e desempregados!

quarta-feira, 5 de junho de 2013

NOTA DO PSTU MARANHÃO SOBRE OS PROCESSOS DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE EM PAÇO DO LUMIAR



O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) vem a público repudiar a atitude da juíza de Paço do Lumiar Jaqueline Reis Caracas que ordenou mais uma vez o despejo das comunidades Tendal, Eugênio Pereira e Renascer naquela cidade.

Prestamos nossa solidariedade às comunidades que resistem a vários anos para garantir seu direito à moradia e contra a especulação imobiliária que avança na região. 

No dia 05.06 (quarta-feira) está agendada a derrubada de 126 casas na comunidade Tendal. Por isso conclamamos a todos para juntos da comunidade resistirem a mais esta investida contra os que lutam pela sua moradia.

Precisamos cobrar do Governo do Estado a responsabilidade por tal ato irresponsável do judiciário, como cobrar seus compromissos com o movimento e a garantia de permanência nos locais onde construíram sua cultura, tradição e história, além de garantir a integridade física de lideranças comunitárias, advogados populares e todos envolvidos nas causas.

Lutar não é crime! Lutar é direito!
Todo apoio às comunidades que lutam e resistem por moradia digna!